domingo, 18 de junho de 2017

Hospitais públicos do Maranhão fazem cirurgias pioneiras

Foto: Reprodução
Nos últimos dois anos e meio, os hospitais da rede estadual maranhense passaram a contar com tecnologias pioneiras no estado. São ferramentas que, junto com o treinamento dos profissionais, permitiram cirurgias inéditas e atendimentos de ponta no Maranhão.
A UTI Materna do Maranhão, inaugurada em abril na Maternidade Marly Sarney, é um dos exemplos de pioneirismo no estado. É a primeira unidade desse tipo no Maranhão. Além disso, é a única UTI da rede pública do estado com um sistema de monitoramento da situação clínica de cada paciente via celular. A tecnologia facilita o acompanhamento das pacientes na UTI materna pela equipe médica.
Outro marco foi estabelecido no fim do ano passado, quando o Hospital de Câncer Dr. Tarquínio Lopes Filho, em São Luís, fez com sucesso uma cirurgia que nunca havia sido experimentada no estado. Trata-se da Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica. O procedimento não tinha sido executado nem mesmo nas clínicas privadas mais equipadas do Maranhão.
A cirurgia foi feita pelo médico Leonaldson Castro, do Instituto Nacional do Câncer (Inca). “Ter um hospital da rede pública como o primeiro a realizar essa cirurgia reafirma sua referência no tratamento do câncer e mostra uma equipe preparada para prestar à população maranhense uma assistência especializada e com a mesma capacidade de outros grandes centros do país”, afirmou o especialista na ocasião.
Atendimento regional
O Hospital Macrorregional Dr. Everaldo Ferreira Aragão, em Caxias, realizou recentemente a primeira cirurgia de coluna da região. O paciente foi Hugo Fernando Alves, 27 anos, que sofreu um acidente de moto e vinha sentindo muitas dores na coluna, além de espasmos nas pernas.
“As dores passaram 100% e eu gostei bastante do atendimento. A estrutura do hospital também é ótima”, diz o paciente, que ainda passou por cirurgia plástica reparadora para recuperar parte do couro cabeludo. A cirurgia faz parte da ampliação da oferta de serviços do Hospital de Caxias na área de neurocirurgia, que inclui cabeça e coluna.
Também recentemente, a população da região de Presidente Dutra passou a ter acesso ao implante de marcapasso transvenoso, considerado essencial para o atendimento de pacientes com complicações cardíacas. O implante foi realizado pela primeira vez no Hospital Macrorregional de Urgência e Emergência de Presidente Dutra.
O procedimento passou a ser possível após a aquisição de um aparelho marcapasso cardíaco provisório. O aparelho, que é externo, é implantado no paciente e permanece até que o procedimento específico seja realizado. Após a extração, o aparelho retorna para o hospital. “É uma cirurgia extremamente necessária para idosos. O que o aparelho faz é substituir as fibras elétricas do coração, que no caso dos idosos já estão muito desgastadas, prolongando o tempo de vida desse paciente até que ele esteja preparado para um procedimento mais específico”, diz o médico cardiologista responsável pela cirurgia, Victor Castro.
Transplante de pele
Além de fazer a primeira cirurgia da coluna da região, o Hospital Macrorregional de Caxias realizou outro procedimento inovador no Maranhão. Foram quatro transplantes de pele em pouco menos de um ano. “A gente nem esperava que a recuperação fosse tão rápida como está sendo. Aqui, tudo o que eles fazem é um sucesso”, diz o lavrador Marcelino Saldanha, de 57 anos, um dos quatro pacientes.
Outra paciente, Joseane Rodrigues, de 31 anos, sofreu um acidente de moto e teve parte da pele da perna necrosada. “Eles tiraram uma parte da minha barriga para colocar na perna. Isso tirou aquele sofrimento da dor na hora de fazer o curativo. No hospital, fiz oito cirurgias em cinco meses e fui muito bem tratada”, conta.
Outro hospital macrorregional, o Dra. Ruth Noleto, em Imperatriz, passou a oferecer desde o início do ano atendimento na área de dermatologia e cirurgias torácicas, além das cirurgias gerais e ginecológicas que já eram realizadas no hospital. Os serviços fazem parte de um conjunto de ações para combater o câncer.
E neste mês de junho, o Hospital Dr. Carlos Macieira recebeu o chamado powerbreathe. “O aparelho melhora a força muscular do paciente para que ele possa respirar melhor. Com isso, conseguimos diminuir os riscos de pneumonias e da utilização de antibióticos”, diz o supervisor técnico das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Gustavo Arouche.

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