O advogado Celso Henrique Anchieta de Almeida foi assessor
jurídico da SES na gestão de Ricardo Murad
O desembargador Olindo Menezes, do Tribunal Regional Federal
da Primeira Região, acatou pedidos de Habeas Corpus para o presidente do
Instituto de Desenvolvimento e Apoio a Cidadania (Idac), Antônio Aragão, e para
mais dois outros membros da entidade, Walterlino Silva Reis e Marco Serra dos
Santos. Já Bruno Balby Monteiro, ainda não foi liberado.
Eles foram presos no último dia 2 pela Polícia Federal
durante a deflagração da 4ª fase da Operação Sermão aos Peixes, Operação
Rêmora, que investigou desvios milionários de recursos da Saúde do Maranhão,
por meio de saques efetuados na boca do caixa, por integrantes do Idac. Segundo
as investigações sobre as atividades do instituto, comandado por Antônio
Aragão, teriam sido desviados cerca de R$ 18 milhões dos recursos da saúde do
Maranhão.
O advogado Celso Henrique Achieta de Almeida foi nomeado
para o cargo de
Técnico Parlamentar da Assembleia, em 2015, a pedido do
deputado Sousa Neto
O mais estranho é que um dos impetrantes do habeas corpus é
o advogado Celso Henrique Anchieta de Almeida, ligado ao ex-secretário de
Estado da Saúde, Ricardo Murad. Ele foi assessor jurídico da SES na gestão de
Roseana Sarney/Murad, como mostram documentos extraídos do Diário Oficial. O
Idac foi contratado para gerir unidades de saúde em 1994, ainda sob o comando
de Murad.
Em 11 de fevereiro de 1005, a pedido do deputado Sousa Neto,
o advogado foi nomeado para o cargo de Técnico Parlamentar Especial, na
Assembleia Legislativa do Maranhão.
Essa atuação de um advogado ligado ao clã Murad, em favor da
organização criminosa do Idac, pode ser uma prova da forte ligação do instituto
com o ex-secretário de Saúde, acusado de comandar a denominada "Máfia da
Saúde", que teria desviado, segundo o Ministério Público do Maranhão,
aproximadamente R$ 1 bilhão por meio do programa 'Saúde é Vida'. Roseana Sarney
também responde por desvios milionários da SES.
Fornecer advogado é quase uma confissão de culpa no esquema
montado para sangrar os cofres públicos por meio do Idac. Pode ser também uma
mostra de interesse de Ricardo Murad em manipular os presos, deixando-o fora de
quaisquer possíveis delações de todo o esquema e seus verdadeiros
beneficiários.
Confira a decisão do desembargar Olindo Menezes.
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