sábado, 17 de junho de 2017

CLA instalará rede anti-incêndio para evitar explosões como a que matou 21 técnicos, há 14 anos

Plataforma de lançamento do VLS foi totalmente destruída pela explosão, que matou 21 técnicos de ponta da Aeronáutica 
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) abriu licitação para instalação de um sistema anti-incêndio na área de preparação e lançamento de foguetes. O objetivo é evitar tragédias como a explosão da plataforma de onde seria lançado o terceiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que matou 21 técnicos altamente especializados da Agência Espacial Brasileira (AEB), ocorrida em 2003, resultando em atraso de quase uma década e meia do programa espacial brasileiro.
Conforme o edital, a concorrência pública visa à contratação de um serviço de complementação de rede de combate a incêndio do setor de preparação e lançamento do CLA. A intenção do governo brasileiro é clara: impedir a repetição de acidentes como o de 14 anos atrás, um duro golpe nas pretensões do Brasil de tornar-se potência espacial, que deu margem a diferentes versões, desde a incapacidade técnica à falta de recursos e até uma suposta sabotagem externa.
Aviso de adiamento da licitação, publicado pelo Grupamento de Apoio a Alcântara
A licitação, na modalidade tomada de preços, é de responsabilidade do Grupamento de Apoio de Alcântara, unidade vinculada ao Ministério da Defesa. A princípio marcada para o dia 21 deste mês, a abertura dos envelopes com as propostas das empresas participantes do certame foi adiada para 6 de julho. O aviso de transferência de data é assinado pelo major Carlos Alexandre da Silva Neto, ordenador de despesas.
A instalação do equipamento também sinaliza a retomada do projeto de lançamento de satélites e tudo indica que seja um esforço do governo brasileiro para que a parceria firmada com os Estados Unidos para uso do CLA em missões espaciais conjuntas com os norte-americanos seja bem sucedida.
Tragédia
No dia 22 de agosto de 2003, às 13h26, o foguete Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi acionado antes do tempo e ficou pronto para a partida. Ainda faltavam, porém, três dias para o lançamento do protótipo, o terceiro desse foguete (V03), e toda a estrutura em volta dele continuava montada.
Com a ignição prematura do VLS – que tinha 21 metros de altura e colocaria em órbita dois satélites de observação terrestre –, a torre acabou explodindo e matando os homens que trabalhavam na plataforma.
Segundo o relatório final de investigação, concluído pela Aeronáutica em fevereiro de 2004, houve um “acionamento intempestivo” (súbito) de um dos quatro motores do VLS, provocado por uma pequena peça que ligava o motor. Mas até hoje não se sabe por que esse detonador disparou, embora duas hipóteses tenham sido levantadas: corrente elétrica ou descarga eletrostática (transferência de energia por contato entre dois corpos).

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