segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Os deputados do MA que irão votar a favor da cassação de Cunha

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Depois de conseguir, com manobras regimentais e apoio de aliados, arrastar por 11 meses o processo por quebra de decoro parlamentar, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) enfrenta nesta segunda-feira o julgamento da cassação de seu mandato pelo plenário da Casa. Até domingo, 300 deputados revelaram, em enquete realizada pelo GLOBO, que votarão a favor da perda do mandato do peemedebista, e outros 181, apesar de não declararem o voto, confirmam presença em Brasília nesta segunda-feira, a partir de 19h. Cunha tem o apoio declarado de apenas quatro parlamentares. O voto será aberto, com a posição de cada exibida no painel.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou neste domingo à noite uma liminar pedida por Cunha para tentar suspender a votação na Câmara. Foi o quinto recurso de Cunha rejeitado pelo STF, onde o peemedebista é réu em duas ações penais. Numa delas, é acusado de receber propina de US$ 5 milhões por contrato de navios-sonda da Petrobras e, na outra, de ter mantido contas secretas na Suíça. Cunha ainda responde a quatro inquéritos e a um pedido de prisão formulado pelo Ministério Público.
Para que o mandato de Cunha seja cassado serão necessários pelo menos 257 votos sim. Entre os próprios aliados do PMDB e de partidos do centrão que o apoiavam, o clima é de pessimismo. Mas o grupo ainda tentará uma última cartada na batalha para adiar a votação e aprovar uma pena mais branda, já que a estratégia de esvaziar o quórum pode não surtir efeito.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou que seguirá a tradição e o regimento da Casa e colocará em votação o parecer do Conselho de Ética. Acrescentou ainda que deve negar as questões de ordem que apontem para a votação de um projeto, mas admite que o plenário poderá dar a palavra final sobre as dúvidas regimentais. O papel de Maia é considerado vital para evitar mais adiamentos desse caso. Os adversários de Cunha, que criticam as manobras do peemedebista, afirmam que a votação a ser feita no dia de hoje é a do Conselho de Ética.

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