A presidenta Dilma Rousseff lançou nesta terça-feira (8), em Brasília (DF), o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. O governador Flávio Dino e o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, fizeram parte da reunião que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Costa, e demais representantes dos Estados.
O governador Flávio Dino destacou a importância do Maranhão intensificar o combate ao mosquito Aedes Aegypti, que é o vetor dos vírus da Dengue, Zika Vírus e Chikungunya. “Vamos conter a proliferação do mosquito colocando em prática uma força-tarefa, eliminando o foco nos nossos 217 municípios. Esse é um desafio de todos - estado, municípios e população. Para isso, defendo a inspeção obrigatória da entrada dos agentes de endemias em imóveis fechados, que são grandes criadouros do mosquitos. Vamos contar com o apoio da Advocacia Geral da União (AGU) para efetivar essa inspeção. Estamos em alerta permanente”, explicou o governador, durante a reunião.
Para o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, a reunião foi bastante proveitosa, pois cada Estado pôde falar dos pontos mais importantes dos planos estaduais e das experiências exitosas. “Teremos que implantar várias ações estratégicas, a exemplo de Pernambuco, como uma cobertura maciça de depósitos de água, uso de repelentes, entre outras. Mas a principal é convocarmos todos os prefeitos e secretários de saúde de dos municípios do nosso Estado para lutarem juntos pela preservação da vida dos maranhenses, principalmente das crianças, intensificando todas as ações preventivas e combativas contra este mosquito”, afirmou Marcos Pacheco.
Plano de Enfrentamento
O plano de enfrentamento é uma grande mobilização nacional envolvendo diferentes ministérios e órgãos do governo federal, em parceria com estados e municípios, para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika. O Plano é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades.
Com o crescente número de casos de microcefalia no país, o Ministério da Saúde declarou, no mês passado, Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no país. Até 5 de dezembro, 1.761 crianças nasceram com suspeita deste problema grave, que prejudica o desenvolvimento das crianças. Desde então, o governo federal está mobilizado para estudar e controlar a situação.
O plano é dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa. Essas medidas emergenciais serão colocadas em prática para intensificar as ações de combate ao mosquito.
Casos
No Maranhão, diante do novo cenário onde o Ministério da Saúde (MS) altera a medida do Perímetro Cefálico (PC) de recém-nascidos de 33 cm para 32 cm, dos 38 casos anteriormente diagnosticados de bebês com microcefalia, seis foram descartados por apresentarem PC inferior à primeira medida estabelecida pelo MS (33cm). Dos casos descartados, quatro (4) foram de São Luís e dois (2) de Imperatriz. Assim, a SES confirma 32 casos de bebês com microcefalia em 21 municípios.
Mobilização Nacional
O combate ao mosquito Aedes aegypti é fundamental para o controle do surto de microcefalia que está ocorrendo no país. Para a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, será instalada a Sala Nacional de Coordenação Interagências, que funcionará no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), no Ministério da Integração Nacional. Também serão instaladas salas estaduais, que contarão com a presença de representantes do Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde, Educação, Segurança Pública (PM e Bombeiros), Assistência Social, Defesa Civil e Forças Armadas. No Maranhão, além da sala de coordenação estratégica está sendo instalada, além da construção de uma rede assistencial às crianças, para tratamento e acompanhamento.
Para reforçar a orientação à população sobre o combate ao mosquito nas residências, serão realizadas mobilizações com agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias, além da participação da população. Para esse controle do vetor, o Governo Federal vai adquirir e disponibilizar novos equipamentos para aplicação de inseticidas e larvicidas e garantir a compra dos insumos.
As Forças Armadas e a Defesa Civil vão dar apoio logístico para transporte e distribuição de inseticidas e de profissionais de saúde. Os dois órgãos também vão atuar em visitas a residências para eliminação e controle do vetor, além de mobilizações de prevenção como mutirões.
O Programa Saúde na Escola vai envolver professores, alunos e familiares no combate ao mosquito. Universidades públicas e privadas e institutos federais serão incentivados a participar das atividades de prevenção e eliminação do vetor. Também serão realizadas ações de mobilização entre os profissionais e usuários dos Centros de Referência de Assistência Social, da Rede de Segurança Alimentar e beneficiários do Bolsa Família.
Ao mesmo tempo, está prevista a capacitação de profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social, defesa civil e militar, além de profissionais de reabilitação e os especializados em resposta epidemiológica e equipes de saúde da família. Serão habilitados, ainda, profissionais de saúde das maternidades para triagem auditiva neonatal e o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Maranhão (Lacen/MA) para a realização de exame para identificação do Vírus Zika.
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