Eu sempre falei que essa eleição não tinha candidatos favoritos ao ponto de serem considerados eleitos antes dela começar. O governador Flávio Dino foi eleito como o homem da mudança, que iria combater a pobreza, manter as finanças equilibradas, trazer uma pauta nova para o estado. Mas, a impressão que dá é de que está devendo muito em relação ao que prometeu entregar. Os dados do IBGE mostram que a pobreza aumentou no Maranhão, a pobreza absoluta também aumentou, o número de famílias que vivem do Bolsa Família é crescente e já atinge mais de 50% do total de famílias no estado, a renda per capita é a menor do país, a renda domiciliar per capita também é a menor e dos 217 municípios do estado apenas em 10 o PIB per capita é maior do que um salário mínimo. Esses municípios são a Capital e os que estão na região do MATOPIBA que independem da ação dos governos estadual e dos municipais.
Como pode qualquer candidato, nessas condições ser favorito absoluto? Não digo que esteja condenado a derrota, mas o quadro é de eleição dura com segundo turno, imprevisível.
Com a confirmação da candidatura de Eduardo Braide pelo PMN, um jovem articulado e carismático, a situação ficou pior para o governador.
Se a eleição já seria muito dura com o governador tendo que enfrentar a carismática Roseana, enfrentar o senador Roberto Rocha que cumpre um bom mandato no senado, de enfrentar a não menos carismática Maura Jorge e o aguerrido e combatente Ricardo Murad, o quadro agora ficou completo pois, tem muita gente esperando um nome novo com experiência. Um nome como o de Braide.
Uma coisa é certa: teremos segundo turno, que sempre foi muito ruim para quem disputa no governo.
Nesta semana, tivemos um movimento intenso na Câmara dos Deputados. Com a Marcha dos Prefeitos acontecendo tivemos o convívio sempre muito bom com muitos dos nossos prefeitos liderados por Tema e assim como a de presidenciáveis que foram expor suas ideias aos prefeitos. Eu acompanhei o Alckmin em sua palestra aos prefeitos de todo o Brasil e ele, que é um municipalista, se saiu muito bem.
Tivemos também reuniões da Bancada com os prefeitos do estado, e ouvimos de muitos que a bancada trabalhou bem e unida defendendo e arranjando recursos para os municípios, além da duplicação da BR-135 que está andando bem. Fui também com Hildo Rocha a Caixa Econômica Federal, juntos com a Carol secretaria do município de São José de Ribamar, representando o prefeito Luís Fernando, e o prefeito de Pedreiras, Antônio França, onde tratamos de assuntos do interesse desses dois municípios.
Na reunião com a Bancada, Tema, falando pela FAMEM, enfatizou com muita propriedade alicerçado em dados a grande necessidade de rever o pacto federativo, que hoje funciona moldado pelo sul e sudeste que representam uma realidade muito diferente da do nosso estado. Assim esses programas, embora importantes no mérito, quem acaba sustentando aqui na região são as prefeituras mais pobres do país, que acabam exauridas financeiramente sem dinheiro para mais nada pois o custo desses programas acaba sendo sustentado de maneira desequilibrada pelas prefeituras pobres do nordeste.
Assim é urgente rever o pacto federativo, pois afinal as pessoas moram é nos municípios e é aonde precisam que os serviços básicos funcionem bem, como aos sistemas de saúde pública, educação e segurança.
Tenho falado muito com o Alckmin sobre essa realidade.
Eu quando fui governador, reconhecendo essa realidade, fiz centenas de convênios com os municípios transferindo milhões de reais para eles e o resultado disso foi o grande crescimento do Maranhão na época e a diminuição da pobreza que caiu de 55% da população para 26% nesse período.
Vamos aos dados: Variação real anual, Brasil, Nordeste e Maranhão- 2002 a 2007, em %
Brasil Nordeste Maranhão
2003/2002 1,9 1,1 4,4
2004/2003 6,5 5,7 9,0
2005/2004 4,6 3,2 7,3
2006/2005 4,8 4,0 5,0
2007/2006 6,1 4,8 9,1
Espetacular, não?
Do ano de 2002 para o ano de 2007, a variação nominal acumulada do PIB per capita do Brasil cresceu 57,8 %, no Nordeste o crescimento foi de 58,3 % e no Maranhão de 72,1 %, evidenciando que no período o crescimento do PIB per capita do estado esteve acima da média do Brasil e do Nordeste.
Com esse resultado a pobreza extrema que era de 55 % em 2002 caiu para 26 % em 2006, quando deixei o governo. Esses resultados nunca mais foram conseguidos, em momento nenhum, o que mostra a qualidade de gestão do meu governo.
E não foi repetido esse êxito por outros governos, porque os que vieram depois mesmo conhecendo a excelência dos números, mudaram tudo e como consequência os resultados também caíram para pior.
Se tivessem continuado, vale sonhar, não seriamos o estado mais pobre e com aumento da pobreza fixada entre nós, que somos hoje.
Essa foi a minha forma de fazer o Pacto Federativo. Trabalhei para equilibrar as contas municipais e consegui. Eu fiz e deu certo. Precisamos refazer o Pacto Federativo Nacional.
Se os governos estaduais e o federal abrissem mão dos enormes impostos, ou de parte substancial deles, que oneram o preço dos combustíveis, ou pelo menos do diesel usado predominantemente para o transporte de mercadorias estariam dando enorme contribuição para resolver os problemas que caminhoneiros e a população enfrentam hoje.
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