O oligarca José Sarney parece ter esquecido as sanguinárias rebeliões na Penitenciária de Pedrinhas que chocaram o mundo durante o governo da sua filha Roseana Sarney (PMDB). Neste fim de semana, em sua coluna no jornal O Estado do Maranhão – de propriedade da sua família – Sarney publicou um artigo tentando emplacar a tese de que a “gaiola humana” em Barra do Corda teria feito descer “sobre o nosso estado uma vergonha nacional”.
Pelo menos dois fatores fazem a narrativa do ex-senador soar descontextualizada. O primeiro ponto é que a estrutura a céu aberto foi construída exatamente nas gestões de seus governadores. O oligarca simplesmente oculta ao leitor que a cela em Barra do Corda, ou “campo de concentração”, como ele chama no texto, foi construída durante o último governo Roseana, quando o deputado federal Aluísio Mendes (PODE) comandava a Secretaria de Segurança Pública.
A bem da verdade (e isso Sarney não cita) ao contrário dos governos da oligarquia, essa “herança maldita” deixada pela administração Roseana em Barra do Corda, foi resolvida. Demolida nesta sexta-feira (20).
Em janeiro de 2014, quando eclodiu a pior das crises em Pedrinhas, o governo Roseana passou semanas sem se movimentar para dar fim às rebeliões. Na época, o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, teve que vir ao Maranhão em caráter emergencial para conter as chacinas – no período foram registradas 60 mortes de detentos, várias por decapitação.
No auge da onda de violência em Pedrinhas, Roseana teve o descalabro de dizer para a mídia nacional que o aumento nos crimes vinha ocorrendo porque o Maranhão, um dos estados mais pobres do país, “estava ficando rico”
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