O governador Flávio Dino, prefeitos, deputados estaduais e federais reagiram com duras críticas à quebra de acordo dos senadores Roberto Rocha (PSDB), Edison Lobão e João Alberto, do PMDB, com a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), que retirou R$ 90 milhões dos municípios maranhenses para investimento em saúde pública.
“É um triste exemplo da mesquinhez política que guia o grupo político (do ex-senador José Sarney) que por tantas décadas foi preponderante em nosso estado”, escreveu o governador Flávio Dino em artigo publicado, neste domingo (22).
Líder do PDT na Câmara dos Deputados, Weverton Rocha, foi ainda mais incisivo na crítica aos senadores. “Bando de hipócritas (senadores). Merecem ser expulsos do estado”, afirmou.
O deputado federal do PDT disse ser revoltante ver o governo do Estado abrir hospitais em meio à maior crise econômica já enfrentada pelo país, enquanto os senadores viram as costas para o Maranhão. “Querem negociar os seus interesses e dizem não para os prefeitos e não para o seu estado. Nós não podemos ficar calados, temos que denunciar ao povo do Maranhão”, discursou durante a Conferência Estadual do PCdoB.
O prefeito de Timon e presidente estadual do PSB, Luciano Leitoa, também reagiu indignado com a perda de recursos pelos municípios maranhenses. “Aquele senador (Roberto Rocha) que traiu este grupo político, há de pagar nas urnas no ano que vem”, afirmou.
Líder do governo na Assembleia Legislativa, Rogério Cafeteira (PSB), disse que ao retirar R$ 90 milhões destinados à saúde e transferir para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), os senadores prejudicam todos os municípios que não fazem parte das bacias hidrográficas do Itapecuru, Mearim e Parnaíba. “Parece que (os senadores) não gostam dos prefeitos e dos maranhenses!!”, postou em suas redes sociais.
O deputado estadual ressaltou que os municípios que fazem parte da região Tocantina e da Baixada Maranhense serão os mais prejudicados. “A retirada dos R$ 90 milhões da saúde, transferidos para a Codevasf, penalizará vários municípios, em especial os que fazem parte da Região Tocantina. A região da Baixada é outra região importante que ficará de fora”, observou.
Além dos senadores, os deputados federais Victor Mendes (PSD), João Marcelo (PMDB), Sarney Filho (PV), Hildo Rocha (PMDB) e Luana Costa (PSB) descumpriram acordo feito com a Famem. Na oportunidade, mais de 100 prefeitos se reuniram com a bancada federal, em Brasília, e acordaram que os R$ 160 milhões das emendas impositivas da Bancada Federal do Maranhão seriam destinados para os municípios investirem na saúde. Contudo, somente R$ 70 milhões foram para os municípios. Os outros R$ 90 milhões foram destinados para a Codevasf.
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