
A região leste do Maranhão está sendo castigada, desde a última terça-feira (11), com a propagação de focos de incêndio e queimadas florestais. Mata seca, baixa umidade relativa do ar e fortes ventos fazem o fogo se espelhar, com velocidade, até alcançar casas, plantações e animais. O governador Flávio Dino decretou estado de emergência e fortes medidas de combate aos focos de incêndio estão sendo tomadas a fim de dar suporte e reestruturar a vida de quem perdeu o lar e a produção agrícola.
Uma força tarefa foi organizada, reunindo secretarias estaduais e órgãos de segurança, para garantir a presença do Estado nas comunidades atingidas. No sábado (15), uma equipe sobrevoou Caxias, que registra elevados números de pontos de queimada, e esteve no povoado de Bom Jardim, onde 20 casas foram destruídas pelo fogo, para levar mantimentos e oferecer estruturas.
O secretário de Estado Agricultura Familiar (SAF), Adelmo Soares; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Célio Roberto; e o comandante do Centro Tático Aéreo, coronel Ismael Fonseca, estiveram em Caxias, traçando estratégias emergenciais para superação dos danos na região leste. Por determinação do governador Flávio Dino, já estão sendo distribuídas mil cestas básicas direcionadas a cerca de 100 famílias que estão desabrigadas pelo incêndio nos municípios de Caxias, Governador Luiz Rocha, Duque Bacelar, Matões e Parnarama, garantindo a alimentação por pelo menos um mês.

Em conversa com comunidade de Bom Jardim, Adelmo informou que, a partir de um cadastro, as famílias que perderam suas casas terão novos lares construídos, pela Secretaria de Estado de Cidades (Secid). A notícia deu uma nova perspectiva para o seu Reginaldo Gomes da Silva, 52 anos, que teve a residência completamente destruída pelo fogo. “É duro falar o que aconteceu. Foi muito dolorido, mas graças a Deus estamos vivos. E vai ser muito bom para todos nós a reconstrução das casas. Agradecemos a doação dos alimentos, das roupas, que estão sendo entregues, está nos ajudando muito”, relatou Reginaldo.
Combate ao fogo

“As secas e estiagens potencializam outro desastre natural, que é o incêndio florestal. Aqui, nessa região com vários focos, eles acontecem exatamente pela vegetação seca, somada a ventos fortes e baixa humidade do ar, com isso as queimadas passam a se propagar levando o que está na frente. Estamos fazendo um combate aéreo, o CTA está aqui exatamente para isso, para fazer os combates diretos nos pontos mais distantes e de difícil acesso, a nossa tropa que está por terra vai trabalhar com os aceros (técnica para impedir que o fogo se propague), vamos ter que mobilizar maquinário para isso, a fim de que a gente construa uma zona fria de aceros, garantindo segurança às comunidades que ainda estão suscetíveis de serem atingidas”, explicou o coronel Célio Roberto.
Desde o sábado (15), um helicóptero do CTA está atuando na região de maior número de queimadas e, neste domingo (16), mais um helicóptero chegou à cidade de Caxias, para reforçar o combate às queimadas. “Estamos aqui fazendo o levantamento dos focos e das zonas de capitação de água para fazer esse combate logo de imediato e de forma cirúrgica, agindo principalmente nas copas das palmeiras, onde, em virtude dos ventos, está propagando o fogo e, por conseguinte, para auxiliar até na distribuição de alimentos”, relatou o comandante do CTA, coronel Ismael.
O Corpo de Bombeiros orienta a população que, considerando o estado climático mais propenso a queimadas, para não tocar fogo em roças e terrenos. Essa prática, apesar de ser combatida constantemente, ainda é comum e é uma das principais causas de incêndio e queimada, que se espalham por longas distâncias.
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