Isabel Braga
- O Globo
BRASÍLIA — Em mais um sinal de apoio à manutenção
do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) como presidente interino da Câmara, o PSD —
um dos partidos que integra o “centrão” — retirou o apoio à representação
contra ele no Conselho de Ética da Casa. No último dia 9, o PSD e o DEM
representaram contra ele no conselho, pedindo a cassação do seu mandato em
razão do ato que assinou anulando a votação do impeachment na Casa. Até esta
sexta-feira o documento não tinha sido enviado ao órgão, e a Secretaria-Geral
da Mesa Diretora da Casa disse que há um problema em relação à assinatura dos
representantes do DEM. Por isso, a representação será arquivada pela Casa.
Pelo PSD, tinha assinado a representação o presidente
licenciado da legenda, ministro Gilberto Kassab. De acordo com o presidente em
exercício do PSD, Guilherme Campos, a saída do partido da representação se deu
em atendimento a um pedido do líder da legenda, Rogério Rosso (DF). O “centrão”
articulou com Maranhão que ele continuará interino, mas dentro de uma solução
de "gestão compartilhada" da Casa: Maranhão fica com o título de
interino, mas quem preside as sessões são outros integrantes da Mesa Diretora.
Na última quarta-feira quem presidiu foi o segundo vice-presidente, Fernando
Giacobo (PR-PR).
No caso do DEM, assinaram o vice-presidente do
partido, Mendonça Filho (PE), que é ministro da Educação, e o líder, Pauderney
Avelino (AM). Segundo informação da Secretaria-Geral da Mesa, quem tem que assinar
a representação é o presidente da legenda, José Agripino Maia (RN). O
vice-presidente poderia, desde que apresentasse também uma procuração do
presidente. Segundo os assessores, falta apenas a assinatura de Giacobo para
que a representação vá para o arquivo.
A representação foi usada pelos partidos como
pressão para que Maranhão renunciasse. O presidente interino da Casa anulou o
próprio ato na noite de segunda-feira. Dentro de seu partido, também foi aberto
um a processo de expulsão, mas muitos deputados acreditam que ele não seguirá
adiante. Maranhão resistiu e tem avisado que não renunciará ao posto.
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