segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"Raposas da política” não aparecem na despedida a Eduardo


Bruna Serra, enviada especial a Recife (PE)
Três ausências no velório do candidato à Presidência Eduardo Campos, morto na semana passada em um acidente de avião, deixaram explícita a mensagem de que algumas declarações dele contrariaram os grandes caciques políticos. Não apareceram em Recife (PE) o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidentes da República.
Desde que se aliou a Marina Silva, o ex-governador Eduardo Campos vinha adotando um discurso de combate àqueles que chamava de representantes da “velha política” e citava sempre um desses três nomes para exemplificar mudanças que considerava necessárias na forma de fazer política no Brasil.
Por vezes, chegou a chamar alguns deles de “raposas da velha política”. “O Brasil não aguenta mais quatro anos de Sarney, Collor e Renan”, afirmou em sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI) neste mês. Fernando Coller, José Sarney e Renan Calheiros não cumpriram agendas públicas neste domingo. O Congresso em Foco procurou as assessorias de imprensa dos três, mas não conseguiu contato.
Dilma e Lula estiveram na despedida, apesar de críticas de Eduardo à administração do PT
Em seu primeiro programa de televisão, que vazou na internet após sua morte, Eduardo Campos dizia claramente que iria mandar o senador e ex-presidente José Sarney para a oposição.
Também criticava fortemente o governo federal pelo número de 39 ministérios criados na Esplanada. Segundo Eduardo, eles serviam para atender aos interesses do PMDB e de figuras como Renan, Sarney e Collor. Na avaliação do candidato do PSB, os aliados da presidenta queriam até 80 ministérios para ocupar com apadrinhados.
Mesmo assim, Dilma compareceu à despedida. Ela era criticada por Eduardo Campos porque, segundo ele, não conduziu bem a economia e acabou com conquistas do governo Lula, que era poupado pelo então candidato. Uma das reclamações era a inflação à beira dos 6% ao ano.

No primeiro programa de TV, Eduardo acusaria Dilma de criar ministérios para atender PMDB

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