presidente do PSDB maranhense,
Carlos Brandão, afirmou em entrevista que o partido está preparado para dar o
passo rumo às eleições de 2014. A declaração foi dada ao Programa Avesso da TV
Guará, em que o tucano traçou uma avaliação sobre as possíveis alianças
políticas no Estado, além dos fatores envolvidos para a tomada de decisão.
O tucano também foi questionado
sobre a recente onda de protestos que tomaram conta do país, e a necessidade de
mudança no atual cenário político. Para Brandão, a palavra “mudança” entrou
definitivamente na agenda de prioridades dos partidos e deverá ser o tema da
próxima eleição, tanto no cenário nacional como no Maranhão.
Fala-se que o PSDB está construindo um consenso para as eleições. O
partido está pronto para esse entendimento?
Está sim. Nos temos pessoas
importantes no partido, que já ocuparam cargos públicos. E temos representantes
da ala jovem. Portanto, estamos construindo esse entendimento de que tem que
haver consenso. Ao contrário do que se diz, não há qualquer desentendimento. O
que existe na verdade são diferentes pontos de vistas, o que é natural. E as
questões políticas já estão praticamente resolvidas. Estamos preparandos para a
tomada de decisão.
Existe possibilidade de aliança com a corrente política que está ao
lado contrário do PSDB?
O partido trabalha na realidade
com quatro possibilidades. Uma aproximação junto à candidatura do Governo do
Estado. Lançar a candidatura própria, onde estão sendo discutidos nomes dentro
do partido. Formar a aliança com o grupo de Flávio Dino. E além disso,
construir uma via alternativa. Portanto, estamos em conversas permanentes para
avaliar o melhor caminho a seguir.
Como o partido vê a candidatura de Flávio Dino?
É um bom nome. É um político
preparado. Ele está aí na frente das pesquisas. O nome dele hoje é uma
alternativa altamente viável. E eu acho que na conjuntura atual uma aproximação
(com o PSDB) seria favorável. Pois a população hoje quer mudança. E quem está
fora do governo pode ter esse carimbo da mudança, o que pode ser um fator
positivo para ele.
E o ex-governador José Reinaldo … qual o futuro político dele? Ele vai
migrar para o PSDB?
O José Reinaldo é um bom quadro.
Acho que dentro do PSDB eu não vejo rejeição ao nome dele. E acredito que a
ideia dele seja ser candidato ao Senado. Mas nós não chegamos a conversar. O
que aconteceu foi uma mudança interna no partido dele (PSB) e ele ao que me
parece está avaliando a permanência. Mas primeiro, nós nem sabemos se ele tem
essa intenção de sair. E segundo, teríamos que abrir a discussão no PSDB. E
isso sequer chegou a acontecer.
O PSDB vai mirar na disputa majoritária? Ela seria realmente possível?
É perfeitamente possível! O
partido tem várias vertentes. Isso está sendo debatido internamente. Mas
faremos uma nova reunião em agosto para alinhar as tendências. Então, existe
sim a possibilidade do partido entrar para disputar em chapa majoritária e com
candidato a governador, pois temos um partido grande e com dois minutos e vinte
de televisão. E além do mais, temos um pré-candidato à Presidência da República
numa situação muito privilegiada.
O que vai pesar para a decisão
do PSDB sobre 2014?
Eu poderia dizer que a formação
do palanque para abrigar o nosso candidato à presidência da república é um dos
fatores. Essa é uma questão primordial. Nós temos que fazer um palanque para o
Aécio. Agora, esse palanque não pode conflitar com o palanque da presidente
Dilma, pois são partidos adversários (PT e PSDB). Então, dificilmente nós
estaremos num palanque junto com o PT.
Mas o PT deve indicar o vice-governador na chapa a ser formada, certo?
É uma das possibilidades e o que
tem sido dito. E se isso vier a se confirmar esse caminho de aproximação
estaria inviável. Por outro lado, é bom reiterar que nada impede a nossa
candidatura própria. Temos musculatura política e podemos fazer uma parceria
com partidos menores para fortalecer a chapa proporcional.
A palavra “mudança” entrou na agenda dos partidos. É um reflexo da
recente onda de protestos? Acha que vai refletir nas eleições?
Sem dúvidas! A população está na
rua manifestando e cobrando porque não foi atendida. E o poder de decisão está
no Executivo, que prometeu por exemplo 600 Unidades de Pronto Atendimento
(UPAS). Mas até hoje foram construídas apenas 12. E só conseguiu realizar 5% do
PAC na área da saúde. Portanto, a população está cobrando do Estado serviços, e
essa pauta obrigatoriamente estará nas eleições, no Maranhão e em todo país.
Qual a sua avaliação a respeito da administração do governo municipal
em São Luís?
Eu acho que o prefeito ainda está
tomando pé. Na verdade, não dá para fazer uma avaliação precisa. São apenas
seis meses e ele ainda está arrumando a casa.
Não conseguiu o domínio da
situação. Acho que isso demora um pouco. Até porque ele nunca foi gestor
público. Ser gestor não é fácil! Porque você tem que conhecer a legislação,
mesmo com uma boa equipe. Tem que tomar decisões rápidas. Ele veio com a tese
de mudança, então isso naturalmente cria uma expectativa muito grande. Mas a
mudança não acontece nessa velocidade.
E o Governo do Estado, qual a sua avaliação ?
Acho que o governo tem autorizado
muitas obras importantes. Por exemplo, uma das prioridades agora é ligar 16
municípios que ainda não receberam asfalto, recuperar algumas rodovias e fazer
muitas obras aqui em São Luís. Eu acho que ele vem demostrando que está
dedicado para que as coisas aconteçam. Mas essas obras deveriam ter sido feitas
há muito tempo. Mas aí vai chegando perto da eleição e as coisas vão
acontecendo.
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