Por: Flávio Dino
Nesta
semana que passou, a presidente Dilma anunciou a ampliação do Programa
Brasil Sem Miséria, elevando de R$ 22 para R$ 70 o valor mínimo
recebido por famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. Esse incremento
custará aproximadamente R$ 770 milhões este ano, alçando o orçamento
geral do Bolsa Família em 2013 para R$ 24 bilhões – o que o consolida
como um dos principais aportes financeiros do Estado brasileiro,
juntamente com Saúde e Educação.
Com
este ato, a presidente Dilma dá um passo importante para cumprir um
compromisso de campanha: retirar todos os brasileiros da condição de
pobreza extrema. Com o reajuste do piso do Bolsa Família e as medidas
já tomadas desde 2011 no âmbito do Programa Brasil Sem Miséria – como a
Bolsa-Gestante –, já chegamos a 22 milhões de brasileiros retirados da
situação de extrema pobreza.
A
promessa de superar a miséria só não estará completa porque o governo
terá ainda de localizar cerca de 2,5 milhões de pessoas que não constam
do Cadastro Único para Programas Sociais (Cadúnico). Para isso, o
governo criou a Busca Ativa, uma ação em parceria com governos
estaduais e municipais para encontrar famílias que, por desinformação
ou desesperança, nunca procuraram nenhum dos programas sociais do
governo federal.
Esse salto
histórico para o país tem um peso ainda maior para o nosso Maranhão. As
cinco décadas de domínio de um mesmo grupo sobre o poder local faz com
que nosso estado ocupe a vergonhosa última colocação em qualquer um dos
recortes de renda feitos pelo programa Brasil Sem Miséria.
Basta
dizer que temos um em cada cinco domicílios maranhenses com renda per
capta de até R$ 70. Se elevarmos o recorte para a renda de até um
quarto de salário mínimo, teremos 40% das famílias maranhenses nessa
situação.
Em todos esses recortes, o
Maranhão é o que está em pior situação social entre os 27 estados! Um
estado em que estão sediadas algumas das maiores empresas do mundo,
portos em ótima localização, ferrovias, energia, agricultura, pesca e
pecuária, era para estar nessa situação de degradação?
A
única explicação que encontramos para o quadro social em que se
encontra nosso querido estado é a oligarquia e seu patrimonialismo, com
o direcionamento ilegal, para grupos privados, dos recursos e ações do
Estado.
O governo federal mostra
real sensibilidade para a dor dos mais pobres e coragem política para
mudar a situação. Dilma não usa o discurso em favor dos pobres enquanto
apenas age para reproduzir a pobreza, como é hábito de muitos
governantes que conhecemos por aqui.
A
decisão corajosa da presidente Dilma de superar a pobreza extrema no
país vai ajudar e muito o Maranhão. Não só melhorando diretamente a
vida de milhares de maranhenses, que são carne, osso, sangue e sonhos
dos números citados acima. Mas porque mostrará que podemos seguir um
novo caminho. De cabeça erguida e sem olhar para trás, trilhar o rumo
da mudança em favor da mudança. Em direção a um novo começo.
Flávio Dino, 43 anos, é presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal
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