sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A TRISTE REALIDADE DOS PRESIDIOS BRASILEIROS


A dura realidade do sistema penitenciário brasileiro pode ser conferida no filme Carandiru, dirigido por Hector Babenco, que está em cartaz em vários cinemas da cidade. Baseado no livro "Estação Carandiru", do médico Drauzio Varella, o longa-metragem foca o cotidiano de alguns personagens que habitaram aquele que foi, durante muitos anos, o maior presídio da América Latina.
A Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, tinha nove pavilhões e cerca de 7.200 internos quando foi desativada. Por ali passaram alguns dos bandidos mais perigosos do País. A sequência final mostra a rebelião dos detentos e a invasão da PM em outubro de 1992, que terminou com 111 presidiários mortos.
Assistir ao filme ajuda a compreender a lógica interna de uma gigantesca penitenciária e, ainda, conhecer as "leis próprias" que regem o convívio entre criminosos encarcerados. Entre eles há alguns tipos bem definidos: os líderes, os mais temidos, os "laranjas", os traficantes, os viciados. Há regras muito claras de convivência, que se desrespeitadas são punidas com surras violentas ou a morte.
Mesma coisa
Essa estrutura se repete na maioria dos grandes presídios brasileiros. Na Penitenciária Central do Estado, a PCE, em Piraquara, não é diferente. Guardadas as proporções (a PCE abriga hoje cerca de 1.400 internos), há muitas semelhanças entre as histórias mostradas no filme e outras que ocorrem aqui mesmo no Paraná. Para confrontar essas realidades, a Tribuna convidou um ex-detento da PCE e um agente penitenciário que trabalhou por muitos anos no mesmo presídio para assistir Carandiru e fazer comentários.
O ex-detento, que vamos chamar de Sandro (ele pediu para não ser identificado), cumpriu pena por homicídio em um dos períodos mais explosivos da PCE. Ele estava lá quando ocorreram as duas últimas rebeliões (em 2000 e 2001) e conviveu com líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que haviam sido transferidos para o Paraná. Testemunhou mortes, tráfico de drogas e o surgimento do Primeiro Comando do Paraná (PCP).
Já o agente penitenciário, que também não quer ser identificado, trabalhou na PCE há mais tempo. Ele relembrou a época em que o crack não havia chegado ao Paraná e ainda "havia mais respeito" às leis próprias do presídio. Na opinião do agente, o crack acabou com um certo grau de dignidade que havia na convivência entre os criminosos apenados, e trouxe muito mais violência para dentro da penitenciária e para a sociedade em geral. (BM)
É ISSO QUE NÃO QUEREMOS PARA PINHEIRO!!!!!!

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