quinta-feira, 14 de outubro de 2010
"D" de Duas Caras...
Ser ateu ou duvidar da existência de Deus é um direito do cidadão num Estado laico, assim como a livre expressão do pensamento num Estado democrático. Mas agora que Deus entrou na campanha eleitoral, não é direito ser "fiel servo de Deus" por interesse político. Foi o que aconteceu com a candidata do governo, Dilma Rousseff, que pressionada pelo polêmico programa de Direitos Humanos do PT que discriminaliza o aborto, aparece com uma nova face: a de católica praticante. Faz parte do jogo, mas não é jogo bonito. Se, como disse, "reforçou sua fé em Deus" após ser acometida por um câncer, jogaria limpo se viesse a público esclarecer que antes, ministra da Casa Civil, duvidava da existência de Deus, como revelou em sabatina da Folha de São Paulo, em 2007. E que também era a favor da discriminalização do aborto, com afirmou em seguida, na mesma entrevista. Coerência quase nunca é questão relevante para os políticos, mas deveria ser, principalmente para a candidata que poderá ser a primeira presidente do Brasil.
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