Assim que chegamos a uma cidade, a abordagem é quase sempre a mesma: puxar papo com os moradores para saber o que o lugar tem de bom. Mas, nesta sexta, em Pinheiro, a resposta demorou a aparecer.
Pergunta daqui, dali, nada. Uma, duas, dez pessoas e só queixas. É o centro esportivo que não ficou pronto, a saúde que não presta, o esgoto que corre a céu aberto, urubus para todo lado.
A busca pelo ‘salame’ estava difícil. Sim, isso mesmo. Salame é um jargão que a equipe do JN no Ar consagrou nessas quatro semanas de trabalho.
A expressão surgiu logo após a segunda reportagem do JN no Ar, em Almirante Tamandaré (PR), quando provamos o salame produzido artesanalmente pelo Seu Hilton. Ficou simpático no ar. Uma brincadeira, um tempero para a reportagem.
O ‘salame’ não precisa ser necessariamente comida. É algo de bom da cidade, algo que orgulha os moradores. Afinal, estamos sempre em busca dos desafios, mas também das conquistas de cada município.
Durante a nossa visita a Pinheiro, a produtora Adriana Caban, que saiu com o repórter cinematográfico Dennys Leutz, me mandou uma mensagem. “Encontraram algum salame? Nós, não”.
Felizmente, Paglia já havia descoberto o importante papel social do futebol em Pinheiro. São mais de 5 mil jogadores inscritos na Liga Pinheirense de Desportos (LPD). E estávamos a caminho do Rio Pericumã, ponto turístico de Pinheiro, apontado por muitos moradores como o orgulho da cidade.
No Pericumã, a população se diverte e tira seu sustento. As piabas e badejos preparados com capricho por Dona Maria Santa também vêm do rio. Mas o Pericumã não é um ‘salame’ completo. É para lá que vai o esgoto da cidade. Uma pena.
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