O Maranhão, o Estado mais pobre da Federação, título conquistado graças a uma oligarquia que perdura há mais de 40 anos, sofre mais um duro golpe desferido contra a vontade de um povo – fadado a conviver com toda a sorte de injustiças.
Nunca, em tempo algum, foi tão dissimulada a ação da Justiça contra a vontade popular, onde as argumentações – as mais absurdas possíveis – seguiam o roteiro das “cartas marcadas”. As cenas protagonizadas no teatro do TSE vão ficar para sempre marcadas na história, como a grande vergonha nacional.
A decisão de tomar o governo do Estado do Maranhão das mãos do governador Jackson Lago, tornou-se uma obsessão. A candidata derrota, Roseana Sarney, não tinha dúvidas de que jamais seria eleita democraticamente. Estava patente que a mudança seria consumada. Mas, a senadora nunca descartou que nos meandros da politicagem há conivências capazes de burlar um pleito.
O esquema estava formado. Sarney, em mais um golpe de mestre, elegeu-se presidente do Senado. Aí, valendo-se do sistema de corrupção que lhe é peculiar, não lhe custou nada apostar na venalidade do Poder Judiciário para consolidar o seu plano. Estava, portanto, decretada a cassação do governador Jackson Lago.
A demonstração dada pela maioria dos ministros do TSE, passando pelo relator do processo até o seu presidente – uma das mais indignas formas de julgamento – deixou o povo brasileiro extasiado, tamanha a desfaçatez. A coisa foi tão premeditada que, mesmo diante da inconsistência de provas, ficou aclarado que a pretensão era cumprir compromisso firmado nos bastidores, onde a “mala-preta” foi decisiva.
Outro fato repugnante foi a forma como as coisas foram conduzidas. Embora admitamos que se tratasse de um caso específico de julgamento, onde o mérito era pela cassação ou não, jamais os ministros poderiam prolatar suas decisões sem dar a devida atenção às acusações feitas à senadora Roseana Sarney. Ali, estava corroborada que nessa aferição estavam sendo usados dois pesos e duas medidas.
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