quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Bolsonaro, o filho senador e o ministro Rogério Marinho se filiam ao PL


O presidente Jair Bolsonaro assinou na manhã desta terça-feira, 30, sua filiação ao PL, em um evento com ministros, governadores, dirigentes partidários, parlamentares. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também compareceu ao evento.

Com a filiação ao partido de Valdemar Costa Neto, Bolsonaro volta a integrar um partido do Centrão. Esta é a sua nona legenda.

Em seu discurso, de gestos a parlamentares e de ataques à esquerda, o presidente afirmou que conseguiu fazer brotar o “sentimento de patriotismo”.

“O futuro do Brasil está em nossas mãos. Tiramos o Brasil da esquerda, nós todos tiramos. Olha para onde estávamos indo”, disse Bolsonaro para a plateia, citando a Venezuela. “As cores verde e amarela [estão agora] predominando sobre o vermelho. Nós conseguimos fazer brotar o sentimento de patriotismo.”​

Inicialmente, a filiação estava prevista para acontecer em 22 de novembro, mas foi adiada após exigências de Bolsonaro em relação aos Estados, principalmente São Paulo.

O PL apoiaria Rodrigo Garcia (PSDB), vice do governador João Doria (PSDB), nas eleições para o governo estadual. Após uma série de reuniões e encontros, o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, e Bolsonaro finalmente entraram em um acordo, possibilitando a filiação do mandatário do Palácio do Planalto.

 O senador Flávio Bolsonaro também passa a integrar o PL. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também assinou a sua ficha de filiação ao PL. A aposta é de que outros ministros também sigam os passos de Bolsonaro e integrem a legenda. Entre eles Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Gilson Machado (Turismo).

“Eu vim do PP e confesso, prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. A filiação é como um casamento. Não seremos marido e mulher, seremos uma família”, afirmou Bolsonaro ao presidente da legenda. “Estou me sentido aqui, Arthur Lira, em casa. Vocês me trazem lembranças agradáveis. Eu vim do meio de vocês, fiquei 28 anos dentro da Câmara dos Deputados”, disse o presidente cumprimentando os parlamentares presentes. O PL é a terceira maior bancada da Câmara.

Bolsonaro também aproveitou para ressaltar a ida de seu indicado, André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Tudo, quase tudo, depende do Parlamento. Em grande parte, o parlamento tem jogado junto com o Poder Executivo. Isso é muito bom. Não se fala em Poder Judiciário, mas tem a ver conosco, sim. Amanhã está prevista a sabatina do nosso indicado, o André Mendonça. Espero que ele seja aprovado”, apontou o chefe do Executivo. Mendonça foi indicado por Jair Bolsonaro à vaga no STF no mês de julho. Naquela época, o presidente chegou a dizer o que queria no Supremo um ministro ‘terrivelmente evangélico’. A sabatina de Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está marcada para esta quarta-feira, 1º.

“Quem, porventura, se eleger presidente ano que vem, no início de 2023 indica mais dois nomes para o Supremo Tribunal Federal. Se por acaso eu vier candidato…”, sugeriu o presidente, que foi ovacionado pelo público. Assim como em outros momentos, Bolsonaro não cravou que irá ser candidato à Presidência da República. “Não estamos aqui lançando ninguém a cargo nenhum”, esclareceu o mandatário do Palácio do Planalto antes de começar a sua fala.

“Ano que vem teremos bem mais candidatos do que 2018. Isso é bom para democracia, quanto mais candidatos, melhor”, afirmou. “Queremos, sim, compor nos Estados para senador, governador. A renovação é natural, pode se renovar até a presidência da República, mas o que nós queremos é cada vez mais termos menos diferenças entre nós. Quem ganha com isso? O Brasil, os 210 milhões de habitantes”, completou. “Jamais, da minha parte, qualquer proposta para controlar a mídia, muito menos a mídia social. A liberdade acima de tudo”, finalizou. O ex-presidente Lula (PT), possível adversário de Bolsonaro, já reafirmou sua intenção de controlar a mídia.

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