Após prestar depoimento na CPI da Covid-19 nesta quarta-feira, 29, Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, disse que vai entrar na Justiça contra os senadores do colegiado. Em entrevista ao programa “Os Pingos Nos Is“, da Jovem Pan, o empresário afirmou que a exposição do atestado de óbito e do prontuário médico da mãe dele foi “o maior crime” que a comissão já cometeu. “Meus advogados já estão aqui e vão entrar no individual de cada senador. Embora eles sejam senadores, eles não podem cometer crimes. Não foi só um crime de documentos, foi um crime moral, é uma desumanidade o que fizeram com a minha mãe”, disse. “Eu acho que ter aberto o sigilo da minha mãe, tanto o prontuário quanto o atestado de óbito, foi o maior crime que essa CPI fez durante todo esse período. Tentaram expor a minha mãe para ter um discurso político, tentar me irritar e quem sabe me levar preso para derrubar reputação“, comentou.
Durante a sessão desta tarde, ele foi questionado sobre a morte de sua mãe, Regina. Infectada com a Covid-19, ela morreu, aos 82 anos, no Sancta Maggiore, hospital da Prevent Senior. O empresário admitiu que sua genitora recebeu o diagnóstico na unidade de atendimento hospitalar, mas não havia menção à Covid-19 em seu atestado de óbito. “Achei estranho de não estar no óbito, mas eu sou leigo. Segundo eles, quem preencheu o atestado de óbito foi o plantonista”, disse. Ainda de acordo com a versão de Hang, a operadora de saúde retificou a informação “no dia seguinte”. “Pode ter acontecido um erro do plantonista ao preencher o documento”, justificou. Para confrontar a afirmação do depoente, o senador Renan Calheiros exibiu o termo original, que omite a doença como causa da morte. Questionado, Luciano manteve seu posicionamento. “Não vejo interesse do hospital em mentir sobre a morte da minha mãe”. De acordo com um dossiê enviado por 12 médicos e ex-médicos da Prevent, ao qual a Jovem Pan teve acesso, o prontuário de Regina Hang foi manipulado.
Ao “Os Pingos nos Is”, Hang também disse não saber porque foi chamado para depor e falou que a CPI quer inventar “narrativas”. Ele também criticou o depoimento da advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior. “A Prevent Senior, pelo que eu sei, tem cinco mil colaboradores. Aí sai uma advogada, que parece uma advogada de porta de cadeia, pega alguns clientes e tenta manchar todo o trabalho que a operadora está fazendo desde o começo da pandemia. O que eu vejo são narrativas querendo prejudicar uma empresa que faz aquilo que eles não querem ouvir”, completou. Ele reiterou, ainda, que não é negacionista e que não espalhou notícias falsas sobre a pandemia.
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