A CPI da Pandemia retomou na manhã desta quarta-feira, 14, o depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. A empresa é representante do laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin, que negociou o fornecimento de 20 milhões do imunizante.
Ao iniciar o depoimento nesta quarta-feira, Emanuela afirmou não haver ilegalidades na sua atuação no caso da Covaxin. “Não existem ilegalidades, não existem irregularidades”, enfatizou a diretora. “Faço questão de falar tudo”, acrescentou.
De acordo com Emanuela, os primeiros contatos da Precisa com a Bharat começaram em julho de 2020 e foram aumentando conforme a evolução do estudo clínico da vacina. Em outubro foi firmado um termo garantindo a representação da vacina para a Precisa.
“[Os contatos] começaram em junho. Conforme a vacina foi evoluindo, o estudo clínico foi evoluindo, nós fomos avançando junto à Bharat. Foi firmada a representação da Precisa em outubro do ano passado”, relatou a diretora.
Respondendo aos primeiros questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), Emanuela Medrades afirmou que a Precisa Medicamentos procurou a Bharat Biotech, fabricante da Covaxin. Os contatos, segundo a depoente, começaram em junho de 2020. A parceria entre as parcerias foi firmada em outubro do mesmo ano.
Ela afirmou ainda que as negociações para a compra da Covaxin não tiveram apoio da diplomacia brasileira. Segundo ela, as tratativas ocorreram apenas entre a Precisa Medicamentos e a Bharat Biotech, fabricante do imunizante.
Emanuela Medrades explicou que a empresa não ofereceu US$ 10 pela dose da vacina Covaxin. O valor consta de documento encaminhado pelo ministério ao colegiado, com memorial de uma reunião realizada no dia 20 de novembro do ano passado.
Não houve oferta da vacina a 10 dólares
“Existia a expectativa de que o valor da vacina chegasse a US$ 10. Não sei porque colocaram que custava US$ 10, porque não foi ofertado este valor. Nem a Precisa nem a Bharat”, disse Emanuela.
De acordo com a diretora, o primeiro valor oferecido por dose da vacina ao governo brasileiro, no valor de US$ 15, foi apresentado em 12 de janeiro 2021. A diretora da Precisa disse ainda que o preço da Covaxin atendeu à precificação da Bharat Biotech. Ela acrescentou que a Precisa não tem governabilidade sobre os preços, mas que mesmo assim trabalhou para reduzir o valor.
“A política de precificação é da Barath Biotech, a Precisa não atua na precificação. O que nós tentamos foi o tempo todo tentar reduzir esse custo. Tenho registros por e-mail, nós temos reunião”, disse.
Questionada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre por que as negociações para a compra da vacina tiveram o andamento mais rápido que as de outros imunizantes, ela disse que a Precisa aceitou todas as condições impostas pelo Ministério da Saúde.
“Foi mais rápido porque aceitamos todas as condições impostas pelo Ministério da Saúde. Não pedimos nenhuma alteração de cláusula, prazo”, disse.
Invoice
Emanuela também disse que a primeira versão da invoice (nota fiscal internacional) da Covaxin foi enviada ao Ministério da Saúde no dia 22 de março e não no dia 18 de março, conforme afirmou o consultor técnico do Ministério da Saúde William Santana, em depoimento ao colegiado. Diante da contradição, os senadores discutiram a possibilidade de acareação entre a diretora e Willian.
“Provei e provo mais uma vez que essa invoice só foi enviada no dia 22 [de março]. Desafio William Amorim e Luis Ricardo Miranda a provarem que receberam dia 18, porque eles não vão conseguir. Estou disposta inclusive a fazer uma acareação”, afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário