O governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu criar uma situação inusitada na Academia Maranhense de Letras (AML), ao se apresentar como pretendente a uma de suas cadeiras. Pela primeira vez uma pessoa se credencia a entrar na Casa de Antônio Lobo usando uma força desproporcional por ser o chefe do Poder Executivo e pela primeira vez também alguém reivindica o posto que era ocupado por um familiar, criando uma espécie de cadeia hereditária.
Na final da tarde da última quarta-feira (19), quando todos imaginavam estarem encerradas as inscrições para as três cadeiras vazias, eis que chega um funcionário do Palácio dos Leões, como portador do pedido para inscrição de Sua Excelência à cadeira de número 32, que até agosto deste ano era ocupada pelo advogado, ex-deputado e ex-prefeito de João Lisboa Sálvio Dino de Castro e Costa, pai do governador.
Antes dele já estavam inscritos o juiz Eulálio Figueiredo, Antônio Guimarães de Oliveira (membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM) e José Carlos Sanches.
Caso consiga se eleger, Flávio Dino será o terceiro governador a atingir a imortalidade pela AML. Antes dele, foram eleitos José Sarney e Pedro Neiva de Santana, ambos, porém, escolhidos, sem estarem no exercício do cargo. Sarney foi eleito em 1952, 13 anos antes de se eleger governador, e Pedro Neiva, em 1979, quatro depois de deixar o Palácio dos Leões.
Inscrições – Além dos pretendentes à cadeira 32, foram inscritos os candidatos das cadeiras 15, que era ocupado por Milson Coutinho, e a de número 02, que teve como último ocupante Waldemiro Viana, ambos falecidos no mês de agosto.
Para sucessor de Milson, concorrem José Jorge Leite, diretor da Equatorial e autor de dois livros, e o advogado e poeta Daniel Blume, presidente da Academia Ludovicense de Letras.
Para o lugar de Waldemiro Viana, os candidatos são o advogado e empresário Roque Macatrão, autor de vários livros, e o poeta Rogério Rocha.
Segundo o empresário Carlos Gaspar, as eleições serão realizadas somente após o recesso, que começa no próximo mês, ou seja, somente a partir de março de 2021 é que será definido o calendário. As eleições são individuais, isto é, ocorrem em datas diferentes.
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