O Fórum Nacional de Governadores deve pedir ao ministro em exercício da Saúde, Eduardo Pazuello, até esta sexta-feira (26), que o governo federal coordene uma ação nacional para a compra de remédios para combater a codid-19. A ideia é que o Ministério da Saúde faça a intermediação da compra de medicamentos e insumos para serem usados nas unidades de terapia intensiva (UTIs) que recebem pacientes infectados pelo novo coronavírus.
A informação foi dada pelo governador do Espírito Santo e representante do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, Renato Casagrande, durante reunião da Comissão Mista do Congresso Nacional que acompanha as ações federais no enfrentamento à covid-19.
Segundo Casagrande, a demanda de relaxante muscular e outros medicamentos é muito grande no mundo todo, e os estados estão com dificuldade para adquiri-los.
“A coordenação do governo federal na compra desses medicamentos é fundamental, e o Congresso pode nos ajudar nesse trabalho. (…) O governo federal liberou um bom orçamento para o Ministério da Saúde executar agora, e perto de 40% desses recursos já foram usados. Então, credenciar leitos, que a gente possa ter a colaboração do governo federal nos leitos que nós estamos abrindo, também é fundamental”, ressaltou Casagrande.
Problemas
O encontro teve a participação de mais dois governadores representantes de consórcios regionais. O único que não compareceu foi Rui Costa, da Bahia, que preside o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, que representou o consórcio Brasil Central, formado também pelo Distrito Federal e os estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Rondônia, também destacou a dificuldade na compra de medicamentos.
Mendes disse que está sendo “uma verdadeira loucura” encontrar o chamado kit covid, que contém medicamentos como azitromicina, ivermectina, paracetamol, dipirona e cloroquina. “Os preços dispararam, e os gestores estão com medo de comparar e dali a pouco ver a Polícia Federal batendo na porta. Aí, não compram.”
Segundo o governador de Mato Grosso, faltam remédios ainda porque o Ministério Público tem aberto muitas investigações por suspeita de superfaturamento, sempre que, pela emergência, uma compra é feita com preços 20% a 30% mais caros. “É uma realidade dura. Faltam medicamentos, preços explodiram, e os gestores estão com medo de comprar e depois ter que responder eternamente por ações improbidade”, afirmou.
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