O oncologista Nelson Teich será o novo ministro da Saúde. Ele vai
substituir Luiz Henrique Mandetta, demitido
nesta 5ª feira (16.abr.2020) pelo presidente Jair Bolsonaro.
O chefe do Executivo federal teve reunião na manhã desta 5ª feira
(16.abr.2020) com Teich. Na ocasião, segundo apurou o Poder360, o
oncologista agradou muito a todos os presentes na reunião. Além de Bolsonaro, 8
ministros estavam na sala. Todos gostaram da conversa.
Bolsonaro
refletiu durante a hora do almoço e resolveu decidir de uma vez, sem falar com
os demais candidatos ao cargo de ministro da Saúde. A ideia era ficar
prospectando mais alguns dias.
O QUE PENSA NELSON TEICH
Nelson Luiz Sperle Teich é do Rio de
Janeiro e tinha fortes defensores dentro do governo. Ele atuou como consultor
para a área da saúde na campanha de Bolsonaro em 2018, quando chegou a ser
cotado para assumir o Ministério da Saúde pela 1ª vez e acabou perdendo a vaga
para Mandetta.
Em 3 de abril, o oncologista
publicou artigo no
qual faz considerações sobre as ações de enfrentamento à pandemia da covid-19.
Ele defende a criação de uma estratégia que “permita estruturar e
coordenar a retomada das atividades normais do dia a dia e da economia” e reclama de “polarização” entre a saúde e a economia.
“Esse tipo de problema
é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se
fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se
tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e
empresas, entre o bem e o mal“, escreveu. “Qualquer escolha e ação, seja ela da saúde, econômica ou social, tem que
ter na mortalidade o seu desfecho final, por mais difícil que seja chegar a esses
números. É a única forma de comparar as ações e escolhas que são feitas de uma
forma técnica, justa e equilibrada.”
Teich escreveu que via o isolamento
horizontal, no qual todos os que não desempenham atividades essenciais
permanecem em casa, era, até o momento da publicação do artigo, a “melhor estratégia” para evitar a propagação do coronavírus. O
presidente Jair Bolsonaro é defensor do chamado isolamento vertical, no qual
apenas pessoas do grupo de maior risco para a doença devem permanecer em quarentena.
“Além do impacto no
cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite
ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que
permitam a retomada econômica do país“, avaliou Teich.
Sobre o isolamento
vertical, o oncologista escreveu:
“Essa estratégia
também tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o
problema. Como exemplo, sendo real a informação que a maioria das transmissões
acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior
risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para
o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo
a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e
ficaram em casa. O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente.”
O oncologista foi fundador do grupo COI
(Clínicas Oncológicas Integradas) e também teve participação no MDI
Instituto de Educação e Pesquisa, no qual
era sócio de Denizar Vianna, secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos de Mandetta.
A empresa foi fechada
em 28 de fevereiro do ano passado, mas a relação com Denizar não foi
interrompida pelo encerramento da sociedade entre eles. Teich também foi
consultor do secretário de setembro do ano passado a janeiro deste ano, segundo o
próprio oncologista.
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