terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Moro é eleito uma das 50 personalidades dos anos 10 pelo Financial Times

O ministro da Justiça, Sergio Moro, foi eleito pelo jornal britânico Financial Times como uma das 50 personalidades mundiais que moldaram os anos 2010. Ele é o único brasileiro da lista.
Segundo a publicação, o ex-juiz foi “ponta de lança de uma investigação de corrupção que balançou o establishment político da América Latina”, citando como desdobramentos de suas atividades a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o envolvimento de quatro presidentes do Peru em processos criminais.
O jornal lembra que Moro se tornou neste ano ministro da Justiça e Segurança Pública do presidente Jair Bolsonaro, “uma mudança política que lançou dúvida sobre sua independência como juiz, mas que pode prepará-lo para uma corrida presidencial”.
A última pesquisa Datafolha mostrou que Moro se consolidou como ministro mais popular do governo, com nível de apoio maior do que o próprio presidente. O ex-juiz é conhecido por 93% dos entrevistados e, destes, 53% avaliam sua atuação no ministério como ótima/boa. Em entrevistas recentes, ele disse não ter “pretensão de seguir a política partidária”, ao ser perguntado sobre 2022.
A popularidade do ministro seguiu alta mesmo após episódios que poderiam lhe causar desgaste, como a soltura de Lula, a decisão do STF que derrubou a prisão após condenação em segunda instância, a desidratação do pacote anticrime e a divulgação de trocas de mensagens com procuradores da Lava Jato pelo site The Intercept Brasil.
Outros atores políticos selecionados pela lista do Financial Times foram chefes de Estado como Emmanuel Macron, Angela Merkel, Xi Jinping e Vladimir Putin, ativistas como Malala Yousafzai, economistas como Thomas Piketty e políticos como Nigel Farage, um dos principais defensores do brexit.
Na lista correlata das grandes personalidades da década passada, o jornal incluiu o ex-presidente Lula, descrito então como o líder mais popular da história do Brasil.
Os anos 2010, escreve o jornal, começaram com medidas de austeridade para contrapor a crise econômica e terminam com governos populistas e regimes iliberais no poder ao redor do planeta —movimento que se reflete na lista de personalidades eleitas, como Donald Trump (EUA), Recep Tayyip Erdogan (Turquia) e Mohammed bin Salman (príncipe da Arábia Saudita).

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