Na cama do hospital, o presidente Jair Bolsonaro cobrou neste domingo (10) que a Polícia Federal solucione o atentado que sofreu durante a campanha eleitoral, em 6 de setembro de 2018. O presidente tratou o caso como um ato terrorista que não pode ficar impune.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente lembrou da antiga filiação ao PSOL de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada que atingiu seu abdome durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). E cobrou uma solução para o caso, com dados concretos.
“Espero a nossa querida Polícia Federal, a Polícia que nos orgulha a todos, que tenha uma solução para o nosso caso nas próximas semanas. Esse crime, essa tentativa de homicídio, esse ato terrorista, praticado por um ex-integrante do PSOL, não pode ficar impune. E nós queremos, sim, e gostaríamos que a PF indicasse – obviamente com dados concretos – quem foi ou quem foram os responsáveis por determinar que o Adélio praticasse aquele crime”, cobrou o presidente.
As declarações foram dadas depois de Bolsonaro comentar sobre sua recuperação da cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal e retirada de uma bolsa de colostomia, realizada no dia 28 de janeiro, no Hospital Albert Einstei. Ocasião em que o presidente admitiu que maioria dos brasileiros não têm acesso ao tratamento que está tendo, e prometeu que tudo fará para o Sistema Único da Saúde (SUS) melhorar.
Veja as declarações:
Conclusões até o momento
Em dezembro, o delegado da Polícia Federal responsável pela investigação do atentado contra o presidente eleito, Rodrigo Morais Fernandes, diz que sua investigação é técnica e está sendo acompanhada pelos próprios advogados do presidente eleito.
Segundo o inquérito concluído da Polícia Federal de Minas Gerais, no dia do crime, Adelio agiu sozinho. Pessoas que estiveram próximas fisicamente dele no dia do crime foram interrogadas e tiveram celulares e computadores periciados. Em conjunto com imagens do momento do atentado, a PF concluiu que estas pessoas não tinham qualquer relação com o crime e com o autor da facada.
Com base na investigação da PF, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Adelio no dia 2 de outubro pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político”, descrito no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Isso porque o agressor disse que o que o motivou a cometer o atentado foi sua discordância das posições políticas de Bolsonaro.
O juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora recebeu denúncia oferecida pelo MPF e tornou Adelio único réu no dia 4 de outubro. No dia 12 de outubro, Savino pediu que a sanidade mental de Adelio fosse avaliada.
Desde o dia do atentado, ele está preso preventivamente, atualmente na penitenciária federal de Campo Grande (MS).
Desde o dia do atentado, ele está preso preventivamente, atualmente na penitenciária federal de Campo Grande (MS).
Recuperação
Neste sábado (9), o presidente iniciou dieta pastosa. E, segundo último boletim médico, houve boa aceitação do novo regime alimentar, e o presidente continua sob antibióticos e nutrição parental. “O quadro pulmonar está em regressão e houve melhora dos exames laboratoriais”, diz o boletim.
Neste sábado (09), Bolsonaro andou pelo quarto um pouco mais do que nos últimos dias. O presidente continua a fazer exercícios respiratórios no hospital Albert Einstein, onde está internado desde o dia 27 de janeiro. Não há ainda previsão de alta.
As visitas ao presidente permanecem restritas. Neste sábado, Bolsonaro falou por telefone com os ministros Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça) e Osmar Terra (Cidadania). (Com informações da Folhapress)
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