Um dia antes de divulgar a carta em que pediu união do centro contra o radicalismo que vê na disputa de outubro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve um encontro reservado com Geraldo Alckmin, candidato do PSDB ao Planalto.
Os dois se reuniram na casa de FHC, em São Paulo, na quarta-feira (19), e discutiram estratégias que deveriam ser implementadas na campanha tucana, estagnada nas pesquisas abaixo dos 10% das intenções de voto.
Segundo aliados, o ex-presidente tem demonstrado preocupação com o cenário político, que acredita ter se polarizado entre a extrema direita, representada por Jair Bolsonaro (PSL), e o petismo de Fernando Haddad, e queria dar uma “contribuição mais ampla” para o quadro eleitoral.
No domingo (16), FHC conversou com pessoas próximas sobre um conjunto de iniciativas que, na sua avaliação, precisava ser tomado para tentar mudar o ritmo da campanha.
A solução encontrada foi elaborar uma carta que, segundo ele, poderia provocar uma reflexão nos eleitores. Antes de divulgá-la, porém, afirmou que procuraria Alckmin.
Parte da equipe do presidenciável tucano resiste em usar a imagem de FHC de forma explícita na campanha. De acordo com pesquisas internas, o ex-presidente não soma voto.
Na carta, o ex-presidente não cita o nome do candidato de seu partido e pede apoio a quem “melhores condições de êxito eleitoral tiver”. Caso contrário, diz FHC, “a crise tenderá certamente a se agravar”.
Pouco depois de divulgar o texto, o ex-presidente publicou no Twitter que quem veste esse figurino é Alckmin.
Quem conversou com FHC esta semana, porém, diz que sua ideia de divulgar a carta compreende muito mais questões biográficas do que eleitorais e que, por isso, o ex-presidente não citou diretamente Alckmin.
Quem conversou com FHC esta semana, porém, diz que sua ideia de divulgar a carta compreende muito mais questões biográficas do que eleitorais e que, por isso, o ex-presidente não citou diretamente Alckmin.
Ainda não há nenhuma conversa concreta entre candidatos que se dizem de centro, como Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos) e o próprio Alckmin, por exemplo, para uma aliança em prol de um único nome. Todos eles, inclusive, não chegam a 10% nas pesquisas.
Dessa forma, dizem aliados, o texto não serviu necessariamente para chegar a uma conclusão comum, mas para refletir a preocupação de FHC com o quadro eleitoral.
Nesta sexta (21), Alckmin disse publicamente que concordava com a carta do correligionário mas que não iria procurar adversários para que eles desistissem de suas candidaturas.
“Não vou procurar candidatos porque respeito, é legítimo que eles sejam. Mas a ideia é uma reflexão junto ao conjunto do eleitorado”, afirmou o tucano.
FHC nunca mostrou empenho efetivo diante da candidatura de Alckmin. Ele chegou, inclusive, a estimular a candidatura de nomes de fora da política, como o do apresentador Luciano Huck. (Folhapress)
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