Em uma longa e esclarecedora entrevista à editoria de
política do Jornal Pequeno (Lourival Bogéa, Oswaldo Viviani, Manoel Santos
Neto, Itevaldo Júnior, John Cutrim), o governador Flávio Dino falou sobre o
rompimento do senador Roberto Rocha. Dino disse que até hoje não entende a
razão a qual levou Rocha a tratá-lo de repente como inimigo.
“Agora objetivamente tu me pegunta ‘houve alguma coisa’,
não!. Então realmente é uma coisa fora de tom, fora de lógica, é uma coisa mais
no terreno da irracionalidade do que uma coisa propriamente racional. E eu vou
continuar sem responder ele, diga-se de passagem, a não ser que se de fato ele
for candidato a governador, aí claro eu terei que responder, embora eu não
acredite que ele será candidato a governador”, declarou.
JP – A sociedade até hoje não entende bem esse rompimento
que houve entre o senador Roberto Rocha, que já foi seu aliado, e o sr. O que
realmente aconteceu, afinal?
Flávio Dino – Realmente não sei te explicar, porque a gente
era aliado político, não éramos amigos, também não éramos inimigos, ele de
repente que começou a me tratar como inimigo, do nada, porque não era critica
política, era raivoso. Eu acho que ele foi num crescente talvez o fato de eu
nunca ter respondido ele foi se irritando, porque eu nunca respondi. Ele foi
para um nível de agressividade pessoal que eu não consigo entender, talvez pelo
fato de eu nunca ter respondido e ele se considere tão importante para a
política maranhense que eu deveria respondê-lo todos os dias. Ele posta
absurdos na internet e eu acho que a resposta mais educada que eu tenho é
ignorar, e talvez isso tenha gerado um ciclo de agressividade realmente fora do
tom. Tem hora que eu penso que ele está até editando o jornal O Estado do
Maranhão, tem hora neh, ou sendo editado pelo Estado do Maranhão [da família
Sarney]. Eu não consigo entender direito, agora objetivamente tu me pegunta
‘houve alguma coisa’, não!. Alguma coisa que teve me pedido é politicamente,
ideologicamente, seja lá o que eu tenho pedido pra ele, nada.
JP – Na reeleição do prefeito de São Luís Edivaldo Holanda
Jr., ele queria que o filho, Roberto Jr, fosse vice do Edivaldo. Não foi isso a
causa do rompimento?
Flávio Dino – Eu concordei com o Roberto Jr. de vice, este é
o paradoxo, nesta mesa aqui, eu concordei, depois por alguma razão que eu não
sei qual foi e também não me vem ao caso, outrem resolveu tirar Roberto Jr. de
vice, que não fui eu. E eu tenho a prova objetiva disso, ora se o PCdoB
reivindicasse a vice do Edivaldo, por que que eu iria deixar todos os meus
secretários inelegíveis? A gente nunca cogitou indicar o vice, nem na prefeitura.
Vou te dar um exemplo, o Lula Fylho, que é o atual secretário de Saúde da
Prefeitura, é do PCdoB, tava inelegível. Poderia ser vice, não poderia,
poderia. O Felipe poderia ser vice, o Marco poderia ser vice, tanta gente, a
gente tinha assim 20 nomes que dariam bons vices, todos estavam inelegíveis.
Quando eles vieram e disseram não nós queremos que o PCdoB indique o vice
porque houve um problema que eu não sei qual foi, nós lembramos por sorte do
Júlio Pinheiro que era candidato a vereador, o atual vice-prefeito da cidade.
Ele só não estava inelegível por que ele era candidato a vereador e tinha se
descompatibilizado do sindicato porque senão até ele estava inelegível. Então
essa é a prova que a gente não reivindicava, era um lugar que pra nós a gente
não reivindicava. Eu não sei se houve assim algum envenenamento. Ele adotou um
caminho próprio, ele já tinha adotado em Imperatriz, sem combinar com ninguém,
que foi o ingresso do Ildon Marques no PSB. Parece que houve um desentendimento
também dele com o Luciano Leitoa dento do PSB, até o Chico Leitoa fez um artigo
explicando isso, uma série de fatores, nenhum atribuíveis a mim. Eu não pedi
pra ele votar contra o impeachment da Dilma, acabei de dizer aqui, eu respeito
tudo isso, não pedi pra ele, vota assim, vota assado, ele que um dia me ligou e
disse ‘vou votar pelo impeachment’, ele me ligou. Eu disse ‘ok, Roberto, eu
compreendo as suas razões e tal, seu partido está votando e etc’. Então
realmente é uma coisa fora de tom, fora de lógica, é uma coisa mais no terreno
da irracionalidade do que uma coisa propriamente racional. E eu vou continuar
sem responder ele, diga-se de passagem, a não ser que se de fato ele for
candidato a governador, aí claro eu terei que responder, embora eu não acredite
que ele será candidato a governador.
Veja nas edição impressa do JP na integra
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