Um dos principais pontos turísticos da região central de São Luís, a Fonte das Pedras começa a ganhar novos ares após receber ações de limpeza e retirada dos moradores de rua, que usavam o espaço como moradia. Localizada entre as ruas Antônio Rayol e São João, a fonte sofreu por muitos anos com a ação de vândalos, depredando e sujando o lugar, que serviu de abrigo para as tropas de Jerônimo de Albuquerque durante a expulsão dos franceses.
Por falta de vigilância, a Fonte das Pedras, que tem potencial para ser um dos lugares mais aconchegantes do centro da capital maranhense, foi depredada e virou ponto de concentração dos moradores de rua, além de contar com a presença de usuários de droga. Porém, a partir de uma ação civil proposta pelo Ministério Público Federal do Maranhão (MPF/MA), a Justiça Federal determinou, liminarmente, que fossem adotadas providências no logradouro.
Na primeira decisão, ainda em 2014, foi estabelecido o prazo de 30 dias para que a Prefeitura de São Luís iniciasse o controle do uso da fonte, por meio da implantação de vigilância. Na decisão judicial, também foi determinado o serviço de limpeza e, no prazo de seis meses, a realização das obras urgentes de conservação e reparos, conforme projeto e cronograma do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Neste mês, a Prefeitura iniciou serviços de melhorias na fonte. Conforme informações obtidas pela reportagem do Jornal Pequeno, inicialmente estão sendo realizadas ações de limpeza – duas vezes por semana –, além de reparos no sistema de iluminação. O JP também apurou que está em andamento um processo licitatório para um projeto de requalificação do lugar, e que sua execução ficará por conta do governo do Estado.
A informação foi confirmada, em nota, pela Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), comunicando que o projeto de revitalização da Fonte das Pedras segue em tramitação. E que o edital de licitação para contratação da empresa responsável pela reforma deve ser lançado até o final de setembro. A Sectur informou ainda que “tão logo finalizados os trâmites legais, as obras deverão ser iniciadas”.
REFORÇO NA SEGURANÇA
Pessoas que trabalham por perto ou circulam com frequência pela região disseram que, há uma semana, a Prefeitura teria destinado homens da Guarda Municipal para reforçar a segurança da fonte, ficando responsáveis, inclusive pela abertura e fechamento dos portões em horários pré-determinados, além de fazerem rondas preventivas e ostensivas, no intuito de garantir que o local não volte a ser habitado por pessoas em situações de rua, que teriam desocupado o ponto turístico a partir do início das ações de vigilância.
Atualmente, sem os moradores de rua, e sob a proteção da sombra generosa de velhas árvores, Manoel Domingos dos Santos e Vilderlouver Soares recuperavam as energias na fonte, acomodados nos
bancos de madeira, na manhã de ontem. “Não são nem 11h, mas eu já almocei e vim descansar um pouco aqui, sentado neste banco”, informou Vilderlouver, que disse morar distante da Fonte das Pedras, mas, sempre que vai ao Centro, costuma frequentar o espaço. “Toda semana estou aqui. Sem emprego, afastado pelo INSS, e tendo que revolver questões da Previdência pelo centro da cidade, coloquei no meu roteiro, as vindas à fonte”, afirmou Manoel dos Santos. Os dois disseram que não se intimidavam com a presença dos moradores de rua; porém, o lugar estaria bem melhor sem eles.
bancos de madeira, na manhã de ontem. “Não são nem 11h, mas eu já almocei e vim descansar um pouco aqui, sentado neste banco”, informou Vilderlouver, que disse morar distante da Fonte das Pedras, mas, sempre que vai ao Centro, costuma frequentar o espaço. “Toda semana estou aqui. Sem emprego, afastado pelo INSS, e tendo que revolver questões da Previdência pelo centro da cidade, coloquei no meu roteiro, as vindas à fonte”, afirmou Manoel dos Santos. Os dois disseram que não se intimidavam com a presença dos moradores de rua; porém, o lugar estaria bem melhor sem eles.
Brenda de Francys Amorim da Silva, de 24 anos, moradora do Anjo da Guarda, e que trabalha no camelódromo – na Avenida Magalhães de Almeida, afirmou que sempre vai à Fonte das Pedras. “Costumo vir aqui desde criança, a partir dos meus seis anos de idade, quando meus pais me traziam. É um lugar cheio de nostalgia, que tive que abandonar por medo de vândalos e usuários de droga, mas atualmente os agentes da Guarda Municipal estavam aqui, e eu estou satisfeita com a limpeza do espaço e sem os moradores de rua”, declarou Brenda, dizendo está satisfeita com as mudanças.
Além da retirada das pessoas em condições de rua, e daquelas que consumiam entorpecentes, e depredavam o local, todo o espaço da Fonte das Pedras está mais limpo, sem folhas no chão e sem os
papelões nos bancos. O esgoto estourado que deixava a água suja escorrer pelo passeio público, e provocava mau cheiro, também passou por reparos.
papelões nos bancos. O esgoto estourado que deixava a água suja escorrer pelo passeio público, e provocava mau cheiro, também passou por reparos.
PENDÊNCIAS
Mas, mesmo com algumas melhorias já realizadas pela Prefeitura de São Luís, o local ainda permanece com pendências estruturais, que devem ser resolvidas com a obra de revitalização. Entre os problemas estão as telhas da coberta dos banheiros (que somente os moradores de rua os utilizavam) e a placa de identificação do logradouro quebradas, e os bancos quebrados.
HISTÓRICO
Edificada pelos holandeses, a Fonte das Pedras serviu de base para as tropas de Jerônimo de Albuquerque quando da expulsão dos franceses, no século 17. Suas águas não corriam tanto, por isso
não era de serventia à população local, que recorria a outras a grande distância, mas satisfaziam as necessidades das embarcações que atravessavam o mar ou seguiam para o interior. Ladeada pelas Ruas do Mocambo e da Inveja e com fundos que se confrontam com os da antiga Fábrica Santa Amélia, a fonte foi tombada pelo Iphan, em 1963.
não era de serventia à população local, que recorria a outras a grande distância, mas satisfaziam as necessidades das embarcações que atravessavam o mar ou seguiam para o interior. Ladeada pelas Ruas do Mocambo e da Inveja e com fundos que se confrontam com os da antiga Fábrica Santa Amélia, a fonte foi tombada pelo Iphan, em 1963.
Nenhum comentário:
Postar um comentário