A equipe do MA10 flagrou, na manhã desta sexta-feira (29), a ação de uma pessoa que anunciava, pela internet, a venda de certificados falsificados de ensino médio de uma escola pública da rede estadual, localizada em Paço do Lumiar.
O anúncio foi postado nesta manhã, pouco antes de o Ministério Público Federal (MPF) divulgar que cinco alunas perderam a matrícula do curso de medicina na Universidade Federal do Maranhão(UFMA) por terem feito uso de certificado de ensino médio em escola pública falsificado.
No anúncio, o negociante afirma fornecer ainda um histórico escolar completo para o estudante, com notas e assinatura do diretor da unidade, e garante que o serviço é rápido e sem burocracia. O preço do documento não é alto: R$ 300,00.
Por esse valor, o interessado na falsificação pode ter acesso a vagas concorridas em universidades, por meio das cotas para alunos de escola pública, destinadas também a candidatos de concurso público.
Nossa reportagem contatou o anunciante, simulando um suposto interesse na compra do certificado. Na conversa, afirmamos que precisamos do documento com urgência e o falsificador garante que pode entregar no mesmo dia. Perguntamos se o certificado pode ser emitido para qualquer escola, mas a pessoa nega. “Só faço para a Erasmo Dias”, revela. A escola está localizada em Paço do Lumiar.
Para realizar a falsificação, o anunciante pede documentos como RG, CPF, comprovante de residência e histórico do ensino fundamental. Posteriormente, na mesma conversa, ele revela que, caso não tenhamos o histórico do ensino fundamental, ele mesmo pode fazer, basta darmos o nome da escola e os anos em que estudamos nela.
Para comprovar a “qualidade” do serviço, a pessoa envia fotos de outros certificados falsificados feitos hoje para outros clientes.
Nas imagens é possível ver a assinatura da gestora geral da escola: Glória Rosane do Vale. Todos os certificados mostrados foram assinados por ela.
Ele pede agilidade na entrega dos documentos e explica: “o rapaz que faz para mim vai estar na escola só até às 22h”. Para o delegado Day Robson, da Delegacia de Defraudações, esta afirmação pode indicar que as falsificações são feitas por um funcionário da escola.
A teoria é corroborada pelo anunciante que, durante uma ligação de telefone feita pela nossa equipe após o primeiro contato por Whatsapp, afirma ter um tio que trabalha na secretaria da unidade de ensino.
O anunciante, na verdade, se revela ser uma mulher e se identifica como “Josy”, na ligação. Ela afirma que mora na Forquilha e que já está envolvida no esquema de vendas de certificado há pelo menos dois anos.
CRIME CORRE SOLTO NA INTERNET
Apesar de ser crime previsto em lei, a compra e venda de certificados falsificados – de ensino fundamental até graduação – é realizada livre de punições e fiscalizações, ao alcance de um clique. Na rede social com maior número de usuários no mundo – o Facebook – os grupos de comercialização do documento são muitos. Entra quem quiser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário