sexta-feira, 7 de abril de 2017

Procon/MA e Viva garantem inclusão social aos servidores e cidadãos


Diferenças todo mundo tem e ninguém pode ser desrespeitado ou discriminado por causa delas. É por isso que o Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor (Procon/MA) mantém um forte programa de inclusão de servidores e cidadãos. O principal objetivo é valorizar as diferenças e proporcionar igualdade de oportunidades.

Oportunidade como a que teve Márcia Milena, que trabalha no posto de RG do Viva Shopping da Ilha. Num mundo onde a experiência é exigência para a maioria das vagas de emprego, o órgão ofereceu a Márcia a oportunidade do primeiro emprego aos 33 anos. “Presto serviço no posto de emissão de RG e esse é o meu primeiro emprego. Estou adorando a experiência e me sinto muito bem por trabalhar no VIVA”, afirmou a servidora.

Para Márcia, assim como para muitas outras pessoas, o acesso ao mercado de trabalho pode ser a diferença entre ter ou não uma vida digna. Esse pensamento é compartilhado pela servidora Raykka da Costa, do setor de recepção do mesmo Viva. “Infelizmente, devido ao preconceito na hora de dar emprego, a opção que resta para nós, que somos trans, é somente se prostituir. Por isso estou muito feliz de poder fazer parte do Viva e trabalhar hoje com o atendimento ao público, que é o que eu sempre quis fazer”, contou Raykka.

Acessibilidade

Os dois órgãos também têm investido na inclusão de pessoas com deficiência. Para Gabrielle Perpétuo, do setor de atendimento do PROCON, a inclusão social faz diferença no ambiente de trabalho. “Eu não me sinto discriminada no Procon, não sinto nenhum tratamento diferente. Acho que a equipe valoriza todas as pessoas e me sinto parte de uma família”, avaliou Gabrielle, que começou no órgão como estagiária e foi nomeada para o cargo depois de concluir o curso de Direito.

Já Luiz França tem uma longa história de trabalho na recepção do Viva. Afirma nunca ter se sentido excluído ou discriminado no trabalho por ser surdo. “O trabalho é muito bom e a interação é ótima, onde todos trabalham juntos e se ajudam”, afirmou Luiz por meio de sinais que a equipe já entende. Hoje, Luiz é delegado do Fórum dos Surdos de São Luís, e foi presidente da Associação dos Surdos do Maranhão por 4 anos.

Graças ao esforço para tornar todas as suas unidades acessíveis, pessoas com mobilidade reduzida também integram o quadro de servidores dos dois órgãos de atendimento ao cidadão. Kevin Leite foi contratado como estagiário do atendimento do Procon no ano passado. “Tive que me afastar do meu antigo estágio por que lá não tinha acessibilidade, aí consegui uma vaga aqui e me dei super bem com a equipe do Shopping da Ilha e agora também na sede. Fui muito bem recebido”, contou Kevin, que teve sua mobilidade reduzida após quebrar o fêmur em um acidente.

O mesmo aconteceu com dona Laura Lúcia Pinheiro, que trabalha no posto da Semur [secretaria municipal de Urbanismo e Habitação] desde a fundação do Viva, em 1998. A servidora precisou se afastar por 2 anos devido a um problema ósseo que também ocasionou a quebra de seus dois fêmures. “Fui nomeada como técnica de fiscalização, mas não pude mais ir pra rua depois disso, ficando apenas no trabalho interno. A equipe me acolheu muito bem e é muito compreensiva com minhas limitações. Isso torna o trabalho mais prazeroso”, explicou.

Igualdade

Num Estado onde mais de 70% da população é negra (segundo dados do último censo realizado pelo IBGE em 2010), é justo que a população atendida possa se identificar no rosto e na cor dos servidores públicos. Por isso, gente como dona Rosa Maria Ferreira permanece no posto de emissão de RG do Viva desde sua fundação. “Sempre falo que tenho muita gratidão de trabalhar aqui. Nunca fui discriminada nem pela minha cor nem por ser mulher, e nem permito ser discriminada em nenhum lugar”, disse dona Rosa Maria com orgulho.

A mesma satisfação é expressa por Pedro Paulo Guterres Neto, estagiário de atendimento do Instituto. “Na rua até já fui confundido com ladrão, mas aqui nunca tive problemas por causa da minha cor. Sempre tive vontade de trabalhar no Procon e fiquei muito feliz quando fui chamado. Aqui todo mundo se respeita”, afirmou Pedro.

Também as Antonia Cristina, do posto da Secretaria Municipal de Fazenda (Semfaz), e Maria Conceição Pereira, da recepção, concordaram com Pedro e expressaram satisfação com o tratamento e o sentimento de equipe. “Em outros lugares já fui discriminada, mas a gente não pode dar bola para essas coisas, né? Aqui me sinto bem demais”, concluiu Conceição.

Para o presidente do Procon/MA, Duarte Júnior, a inclusão social é uma obrigação de todos. “Tanto no Viva quanto no Procon trabalhamos para acolher todas as pessoas de forma igualitária e respeitosa, independente de gênero, cor, classe, religião, orientação sexual ou deficiência. Dessa forma, a melhor maneira de garantir a melhoria da qualidade de vida a todos os maranhenses é começar por nós mesmos, ajudando a construir um serviço público sem preconceitos nem barreiras, com qualidade para todos e com a cara de todos”, garantiu o presidente.

Vale destacar também a importância da liderança das mulheres na gestão dos dois órgãos. Todas foram contratadas por sua eficiência técnica e qualidade de gestão. Yara Carneiro, coordenadora da unidade do Viva Shopping da Ilha, a pluralidade de servidores colabora com a empatia dos cidadãos ao chegar à unidade. “Cada vez mais essa diversidade vem se expandindo e eu acho essa inclusão muito salutar, inclusive para o cidadão que vem e sente a identificação no atendimento. Onde ele olha tem alguém igual a ele e isso é muito bom”, observou Yara.

Atendimento

Além de promover a inclusão no seu quadro de servidores, os órgãos também têm promovido mais acessibilidade a cidadãos e consumidores por meio do atendimento com intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para surdos. A tradução da linguagem de sinais é feita por um intérprete da Central de Libras do Maranhão, que funciona na Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop). Assim, o atendimento ocorre de forma rápida e acessível.

Todas as unidades dos dois órgãos espalhadas pelo Maranhão foram ainda reformadas ou revitalizadas no ano passado a fim de assegurar acessibilidade a pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida. Banheiros, calçadas e salas de atendimento foram todas adaptadas para melhor receber todos os cidadãos.

No início deste ano, os servidores dos dois órgãos também receberam uma capacitação sobre como realizar o atendimento de travestis e transexuais, aprendendo conceitos sobre identidade de gênero e uso do nome social. Todas as ações seguem a prioridade do Governo do Estado para humanização e qualificação do atendimento em todas as unidades, com conforto, qualidade, segurança e inclusão para todos.

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