André Richter -
Repórter da Agência Brasil
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman
Benjamin liberou hoje (27) para julgamento a ação em que o PSDB pede a cassação
da chapa Dilma-Temer, que disputou as eleições presidenciais de 2014. Com a
decisão, a ação poderá ser julgada a partir da semana que vem, mas caberá ao
presidente do tribunal, Gilmar Mendes, marcar a data. Herman é o relator do
processo.
A última etapa do processo foi concluída nesta tarde pelo
relator, que enviou aos demais integrantes do colegiado o relatório final. Ao
concluir o processo, Herman pediu a Gilmar Mendes que inclua o processo
imediatamente na pauta, conforme prevê a Lei de Inelegibilidade (Lei
Complementar 64/1990).
No relatório, que é mantido em sigilo pelo relator, há uma
síntese sobre a fase de coleta de provas, entre as quais os depoimentos de
delação premiada de ex-executivos da empreiteira Odebrecht, que citaram supostos
pagamentos irregulares para a campanha presidencial. O voto de Herman Benjamin será conhecido
somente no dia do julgamento.
Apesar do processo de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, a ação prosseguiu porque os dois integrantes da chapa podem ficar
inelegíveis por oito anos se o TSE entender pela cassação do resultado da
eleição de 2014. Se a ação for julgada procedente, o Congresso Nacional
realizará uma eleição indireta para escolher um novo presidente.
Composição do TSE
O TSE é formado por sete ministros, dois oriundos do Supremo
Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Luiz
Fux; dois do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin e Napoleão Nunes
Maia Filho; e dois da advocacia, Luciana
Lóssio e Henrique Neves.
Nos próximos dois meses, termina o mandato de Neves e
Luciana, que serão substituídos. O STF já indicou para ocupar a vaga de
Henrique Neves o nome de três advogados. Fazem parte da lista tríplice
elaborada pelo STF os advogados Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira, que já atuam
como substitutos no TSE, e Sérgio Silveira Banhos. Gonzaga foi o mais votado da
lista, com oito votos. Caberá ao presidente Michel Temer fazer a indicação.
Processo
Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então
presidenta Dilma Rousseff e de seu companheiro de chapa, Michel Temer, foram
aprovadas com ressalvas, por unanimidade, no TSE. No entanto, o processo foi
reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, por entender que há
irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma, que teria
recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Lava Jato. Segundo
entendimento do TSE, a prestação contábil da presidenta e do vice-presidente é
julgada em conjunto.
A campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e
sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos
produtos foi documentado e monitorado. No início do mês, a defesa do presidente
Michel Temer sustentou no TSE que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação
com os pagamentos suspeitos. De acordo com os advogados, não se tem
conhecimento de qualquer irregularidade no pagamento dos serviços.
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