terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Hospital do Estado é pioneiro na realização de nova cirurgia para tratamento de câncer

A partir do sucesso desta primeira cirurgia, a intenção é que seja estruturado o serviço permanentemente na unidade. Foto: Wéllida Nunes
A partir do sucesso desta primeira cirurgia, a intenção é que seja estruturado o serviço permanentemente na unidade. Foto: Wéllida Nunes
Após dez horas de procedimento cirúrgico, a equipe do Hospital de Câncer Dr. Tarquínio Lopes Filho (HCTLF), junto ao médico do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Leonaldson Castro, teve muito que comemorar na última sexta-feira (2), pelo sucesso da primeira Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) realizada no Maranhão. O procedimento nunca tinha sido realizado no estado, mesmo nos mais estruturados serviços privados de saúde locais.
O investimento do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), viabilizou a operação com o que existe de mais tecnológico no tratamento de cânceres do peritônio (membrana que reveste internamente o abdome e órgãos abdominais), em um hospital da Rede Estadual de Saúde.
“É louvável o interesse em trazer para o Maranhão o que há de mais atualizado na área oncológica, que é a HIPEC. Ter um hospital da rede pública como o primeiro a realizar essa cirurgia, reafirma sua referência no tratamento do câncer, e mostra uma equipe preparada para prestar à população maranhense uma assistência especializada e com a mesma capacidade de outros grandes centros do país”, considerou Leonaldson Castro, médico do INCA que esteve à frente do procedimento, referência nacional e internacional em cirurgia oncológica e no método HIPEC.
A paciente Maria de Fátima Cordeiro da Silva, de 56 anos, reside no município de Pinheiro e está em tratamento no HCTLF há seis anos e meio. Com diagnóstico de câncer na região pélvica, foi a primeira pessoa a passar pela cirurgia.  Segundo sua filha, Kárita Cordeiro, que sempre acompanha a mãe, a oportunidade chegou como esperança para família.
“Ao todo já são 20 anos de luta. Desde que o câncer voltou não havíamos tido uma resposta tão positiva quanto essa. Temos tido um acompanhamento maravilhoso dos profissionais envolvidos nesse tratamento e foi devido ao grau em que se encontrava o câncer, que houve a sugestão que ela fosse submetida a este novo procedimento, que sabemos que é promissor em relação ao aumento da sobrevida do paciente”, contou Kárita Cordeiro.
À HIPEC é associada a Cirurgia de Citorredução (CRS). Após retirar todos os tumores visíveis, é feita a infusão com a máquina de infusão intraperitoneal hipertérmica. “Esta infusão atua com uma temperatura de 40°C a 42°C graus, matando as células cancerígenas, aliada ao quimioterápico que é colocado na superfície peritoneal e provoca a destruição de toda doença microscópica existente. Trata-se de uma opção para curar alguns tipos de câncer anteriormente considerados incuráveis”, explicou o cirurgião e diretor do HCTLF, Dr. José Maria Assunção. Um time formado por cirurgiões oncológicos, anestesiologistas, intensivistas, oncologistas clínicos, enfermeiros e fisioterapeutas permitiu o completo sucesso do procedimento.
A partir do sucesso desta primeira cirurgia, a intenção é que seja estruturado o serviço permanentemente na unidade. Foto: Wéllida Nunes
A partir do sucesso desta primeira cirurgia, a intenção é que seja estruturado o serviço permanentemente na unidade. Foto: Wéllida Nunes
Para que Maria de Fátima passasse pelo procedimento foi utilizada a máquina de infusão da Wendy Med, igual às de grandes referências, como o Hospital AC Camargo, de São Paulo, onde se concentra no Brasil o maior número de cirurgias HIPEC.
“Eu acredito que tem sido feito um investimento sério na saúde do nosso estado. O fato de não termos que viajar para tão longe em busca de um tratamento como esse, e poder ter um atendimento humanizado, com capacitação médica, como o que recebemos, nos deixa muito felizes. E que essa seja a primeira que sirva de exemplo e abra um caminho para oportunizar o tratamento para outras pessoas”, ressaltou Kárita Cordeiro, filha da paciente.
A partir do sucesso desta primeira cirurgia, a intenção é que seja estruturado o serviço permanentemente na unidade, para garantir uma assistência mais ampliada E rotineira, acompanhando os avanços na área da oncologia, beneficiando assim, o tratamento dos pacientes do estado, mantendo alinhamento com o que de mais moderno pode ser ofertado nos maiores centros de referência oncológica do país.

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