A presidente Dilma Rousseff não pode substituir Graça Foster na presidência da Petrobras, por uma simples e prosaica razão: para que a mudança fizesse sentido, teria de colocar no lugar de Graça alguém com imensa competência e ilibada reputação, que se dispusesse a investigar a fundo o esquema de bandalheira implantado na empresa pelo governo.
Com uma pessoa de confiança na gerência da empresa, o governo precisava também assegurar blindagem mais acima, na estrutura ministerial. Conveniente, pois, foi a indicação para o Ministério das Minas e Energia, do paraense Eduardo Braga (PMDB), candidato derrotado ao governo do Amazonas nas últimas eleições. Com o atual ministro Edison Lobão, Braga compartilha de um escassíssimo nível de conhecimento sobre os assuntos específicos da área.
O sinal que transmite o governo – mantendo Graça e indicando alguém que nada entende do assunto para a sensível área das Minas e Energia- muito provavelmente significará um preço caro para o Brasil, num momento em que a questão energética internacional exigiria a presença, nesses cargos, de especialistas de qualificação indisputada.
Para o governo, o que importa é que Eduardo Braga é da confiança absoluta do comando do PMDB e muito obediente, sendo certo que cumprirá todas as instruções que receber. Dilma também gosta dele, pois em abril, quando começavam a pipocar as primeiras notícias sobre o gigantesco esquema de corrupção instalado na Petrobras, Eduardo Braga ocupou a tribuna do Senado para manifestar sua contrariedade à criação de uma CPI no Congresso para investigar a fedentina. Na ocasião, só falou da Petrobras imaginária, lucrativa, bem administrada, uma verdadeira pérola.
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