terça-feira, 6 de maio de 2014

O senador e os seus moinhos de vento

Por José Reinaldo Tavares
Deveriam avisar ao senador José Sarney que é inglória a sua tentativa de desacreditar as pesquisas do IBGE e do IPEA sobre indicadores sócio econômicos, coletados e divulgados por essas entidades, até porque são entidades auditadas por organismos internacionais e gozam de grande prestígio nacional.
E além do mais as pesquisas são nacionais, feitas com o mesmo rigor em todos os estados e não apenas dirigidas para o Maranhão, como deixa transparecer o senador. O que irrita o senador é que, com elas, as comparações entre os estados podem ser feitas e aí é que aparece a realidade nua e crua do nosso atraso. Todos os outros estão muito melhores do que nós. Infelizmente essa é a herança de cinquenta anos de domínio da família Sarney. E impede que a versão da rede Mirante, a do Maranhão Maravilha, prevaleça sobre a realidade do estado.Lobo
Agora em artigo escrito, com raiva, ele diz que a oposição separa dois ou três dados piores e coloca isso como se o estado estivesse muito ruim. Certamente ele jamais parou para ler e analisar as pesquisas, porque ao contrario do que ele diz, todos os indicadores sociais do Maranhão são os piores do país. Todos, senador. Ninguém quer isso e lutamos muito entre 2002 e 2006  para mudar e conseguimos melhorar todos eles, basta  ver o IBGE e o Ipea nesse período. Esse novo momento continuou com Jackson lago até sua filha tirá-lo do poder. Com ela no governo todos os dados pioraram e voltaram a cair vertiginosamente.
Não precisa muita coisa para entender. Como explicar, por exemplo, porque em 2002 o Maranhão só tinha ensino médio em 58 municípios e nos demais 159 não tinha? Ou também a educação não é importante? Pense senador e tente explicar o que impediu os governos de Lobão e Roseana, que governaram entre 1990 e 2002, de chegaram ao fim dos doze anos de seus mandatos sem instalar o ensino médio no estado? Não há explicação possível. Mas não foi só isso. Não tinha agua nas casas, banheiros, a maioria das casas era de taipa coberta de palha, a ausência de um sistema de saúde, a ausência de oportunidades de emprego, e tantas mazelas mais. Como explicar a saída de um milhão de maranhenses, atrás de emprego em outros estados, nessa época, senador? Em tempo, em 2006 quando deixei o estado todos os municípios tinham ensino médio, tanto nas sedes como em alguns povoados. E isso foi conseguido debaixo da maior perseguição que um governador já foi vítima no nosso estado. O que fizeram pela agricultura familiar, por exemplo? Cite apenas uma ação. Os dados que divulgamos são os piores somente porque essa é a realidade do Maranhão. Basta percorrer os municípios para ninguém ter dúvidas sobre a terrível situação da população. O programa Bolsa Família, do governo federal,  no nosso estado atinge o maior contingente populacional de pobres, cerca de 54 por cento da população – que não tem renda nenhuma- e é por si só, um libelo terrível e acusatório contra a oligarquia. Ou é mentira? Metade da população não tem renda!
Mas, como um Dom Quixote ele investe sobre os dados atacando-os sem nenhuma base científica ou factual. E aí tenta confundir as pessoas citando um PIB que nos coloca como décimo sexto maior do Brasil. É preciso explicar para o bravo senador que isso apenas confirma como o nosso estado é injusto com a sua população, mostrando que dinheiro tem, mas está concentrado nas mãos de poucos, bem poucos,  enquanto o povo quase não tem nada. Isso é o que significa termos a pior renda per capita do país.
Assim, como o Don Quixote da história que confundia os moinhos de vento com dragões imaginários o senador confunde PIB com renda e tenta desenvolver uma argumentação para confundir. Como ex-presidente é impossível que não saiba distinguir PIB e renda, mas como dizia Chacrinha, “Eu vim para confundir”. Não dá senador. Nem dá para querer pautar a oposição. Não é democrático.
E as pesquisas continuam mostrando que a candidatura da presidente Dilma vai se tornando um pesadelo para o PT. O seu governo já tem uma aprovação de 32 por cento abaixo, portanto,  dos 34, que mais de cem anos de estudos estatísticos mostram que ninguém conseguiu vencer eleição com tal índice. E os problemas são tão grandes e sem solução que até em encontros de primeiro de maio promovidos pela CUT, central sindical ligada ao PT, quando no evento seu nome era mencionado, a plateia reagia com vaias estrondosas. Assim, ela nem apareceu por lá. Mas os ministros que foram lá levaram muita vaia.
A situação está ruim e não há perspectivas de melhorar.
Aqui a enorme expectativa de vitória do candidato da oposição, Flávio Dino, está postergando legítimas aspirações pessoais que são deixadas para depois, permitindo uma união inédita entre toda a oposição. Eu mesmo já havia deixado para depois  minha aspiração de concorrer ao senado e quinta feira, em meio a uma reunião vibrante e cheia de simbolismo, Elisiane Gama, adia as suas aspirações politicas, legítimas, permitindo um fato decisivo na consolidação da união oposicionista. Agora só falta o PSDB anunciar que irá junto, este que é um partido formado por grandes quadros políticos, como Carlos Brandão, João Castelo, Sebastião madeira, Idelmar Gonçalves, Pinto do Itamarati, Neto Evangelista, Gardeninha Castelo e tantos outros.
Assim o vaticínio de que a candidatura de Flávio, mais do que credenciada pelo magnífico e irrefreável desejo de mudança que domina as mentes do povo do Maranhão, uniria a oposição na eleição, se concretiza nessa formidável união da classe politica e o povo, um sentimento novo e uma união que jamais aconteceu no passado. Desta vez o povo está sendo o principal protagonista nessa eleição.
E para concluir dois fatos: A estrada entre João Lisboa e Imperatriz recentemente inaugurada por Roseana, já está quase intrafegável, precisando de grandes reparos. Fizeram uma grande porcaria.
E nesse acidente que vitimou tantos jovens na baixada maranhense, além da falta total de poder público na região mostra escancaradamente que os tais hospitais de alta complexidade inaugurados  recentemente por Roseana de nada servem. Os feridos tiveram que ser transferidos por helicópteros para São Luís. Não dá para confiar em nada.
E a minha total solidariedade para com os excedentes do concurso da Polícia Militar. Com a corporação precisando, com, urgência aumentar o seu contingente, nada justifica não incorporá-los com urgência. É um governo sem prioridades.

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