Começa a semana em que a governadora Roseana Sarney Murad anunciará se fica no seu agonizante governo ou se passará o abacaxi adiante, por incompetência. Imitando as dissimulações do pai, Roseana se empenha para manter a aparência de que seu gesto será “decisivo” para o destino da eleição de 2014.
Não resta dúvida de que o fato de Roseana renunciar ou não ao mandato tem implicações, pois isso envolve o destino de um personagem importante, o presidente da Assembléia Arnaldo Melo, que – dependendo do nível de humilhação contra ele imposta – pode até marchar com a oposição. Mas, para a eleição de outubro, a decisão de Roseana tem, neste momento, ínfimas repercussões.
Vamos imaginar o cenário mais provável, em que Roseana cede às pressões familiares e às chantagens de Luís Fernando, e decide disputar o Senado. Ela, em 2 anos de uso da máquina administrativa, não conseguiu alavancar Luís Fernando, o candidato do seu marido Jorge Murad. Roseana conseguirá fazer o pesado “avião da VASP” decolar, estando ambos fora do governo, sem poder usar os papeis “ordens de serviço” ? Improvável.
Há quem lembre da eleição de 2002, em que Roseana e Lobão conseguiram puxar Zé Reinaldo para cima, até este derrotar Jackson Lago. Ocorre que, naquele ano, Roseana estava no auge do seu prestígio, foi até presidenciável, e Sarney estava fortíssimo no plano nacional. Isso nada tem a ver com 2014, em que nem o PMDB quer usar a imagem do veterano coronel nos seus programas de TV, com medo da aversão da sociedade brasileira ao nome Sarney.
Além disso, depois da sucessão de desastres nos últimos meses, Roseana possui hoje gigantesca rejeição, ao ponto de quase não conseguir mais circular nos municípios. Não é por acaso que, há vários meses, Luís Fernando evita aparecer ao lado de Roseana. De Sarney então, Luís Fernando foge como o diabo corre da cruz.
No outro cenário, Roseana Sarney surpreende todo mundo e resolve ficar no governo, tentando salvar alguma coisa do desastre administrativo. Neste caso, Luís Fernando terá uma debandada de “aliados” para resolver, que também o manterá atado aos seus 15%, onde está estagnado há 2 anos.
Como se vê, a renúncia interessa muito ao sistema Sarney-Murad, porém tem pouca incidência quanto ao fundamental: em ambos os cenários, Flávio Dino continuará favorito na disputa ao governo do Estado.
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