Caro Dr. Pêta;
Assim como a Amazônia foi cenário de um dos mais brutais episódios da ditadura militar, na tríplice fronteira Pará/Maranhão/Goiás (atualmente Tocantins), o Estado contra a Guerrilha do Araguaia, o Maranhão vive hoje um cenário dos mais brutais nos vários segmentos da sociedade. Se hoje o mundo se espanta com a morte de 60 presos no ano de 2013, imagina se soubessem que esse número é menor dos que morrem mensalmente na região metropolitana.
No Araguaia a perseguição do Estado aos opositores era efetivada por meio de prisões, torturas e assassinatos de militantes, operários, estudantes, camponeses e religiosos acusados de subversão ao comunismo ou incitação à desordem. A guerrilha do Araguaia (1972-1974) foi mais um capítulos desse tenebroso período. No Maranhão de hoje, a perseguição contra opositores funciona de forma velada, onde alguns segmentos do próprio judiciário são usados para isso. Ao contrário da Guerrilha, os atuais opositores desse governo não precisaram pegar em armas, mesmo porque a nossa principal arma são o nosso voto e a nossa caneta. A violência fica por conta da inoperância do Estado, que deixou duas facções aterrorizarem dentro e fora dos presídios, deixando refém da violência a população do Maranhão, que tem um povo pacifico e ordeiro, e que infelizmente se vê acuado. Vale lembrar que pela Guerrilha do Araguaia o Estado brasileiro foi condenado na Corte Internacional de Direitos Humanos, por não ter punido os responsáveis pela morte e desaparecimento de 62 pessoas, curiosamente o número de vítimas nos presídios maranhense.
(Gustavo Lopes – Pinheiro – MA)
AQUI: http://jornalpequeno.com.br/edicao/2014/01/19/colunaco-do-dr-peta-47/
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