O Ministério Público Federal no
Maranhão (MPF/MA) propôs ação de improbidade administrativa contra a
Fundação José Sarney (FJS), José Carlos Sousa Silva e Fernando Nelmasio
Silva Belfort, respectivamente ex-presidente e diretor executivo da
fundação, por irregularidades na aplicação de recursos captados por meio
do Programa Nacional de Cultura (Pronac) do Ministério da Cultura. A
aplicação indevida ocasionou prejuízo de R$ 298 mil aos cofres públicos.
Os recursos foram repassados pela Petrobrás S/A para a Fundação José
Sarney, em troca da dedução no imposto de renda da estatal, com a
finalidade de desenvolver a documentação museológica e bibliográfica da
fundação e montar a exposição permanente dos acervos documentais
referentes ao período no qual o Senador José Sarney foi presidente da
República.
Fachada do Convento das Mercês onde funciona a Fundação José Sarney
O projeto foi concluído em 2009, e, atendendo a requirimento do MPF, a
Controladoria-Geral da União (CGU) apontou diversas irregularidades na
aplicação da verba. Dentre as irregularidades apuradas, se encontra a
utilização de nota fiscal inidônea, o pagamento de consultoria para
empresa cuja existência não foi comprovada e aquisição de produtos com
sobrepreço.
Os procuradores da
República responsáveis pela ação de improbidade demonstraram que a
aplicação irregular dos recursos provenientes de isenção fiscal causou
prejuízo ao erário e requerem a restituição dos valores aos cofres
públicos e ainda a condenação de José Carlos Sousa Silva, Fernando
Nelmasio Silva Belfort e da Fundação José Sarney nas penas de multa,
suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com a
Administração Pública ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
Para o MPF/MA "a
utilização de recursos captados das empresas por meio do Ministério da
Cultura é fundamental para viabilizar a política cultural nacional, no
entanto, é necessário que ocorra a correta aplicação deste recursos,
pois eles decorrem da dedução de impostos suportados por toda a
sociedade brasileira".
Entenda o caso:
em 2005, a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic) aprovou
projeto da FJS que visava captar recursos para desenvolver o
processamento técnico da fundação e montar exposição permanente dos
acervos do ex-presidente José Sarney. A Petrobras S/A financiou a ação e
repassou mais de um milhão e trezentos mil reais para a Fundação José
Sarney. Apuração do MPF e da CGU demonstraram irregularidades na
execução dos recursos.
(Ascom/MPF-MA)
(Ascom/MPF-MA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário