quarta-feira, 6 de março de 2013

Zé Reinaldo diz que refinaria foi factoide político para reeleger Roseana Sarney


A governadora Roseana Sarney parece ter uma fixação por chineses. Na hora em que a realidade se sobrepõem ao virtual, ela apela para os chineses.
Sem saber o que dizer sobre a refinaria, que nunca foi um projeto da Petrobras, ela declarou que irá em busca dos chineses, para que eles invistam no empreendimento e salvem o que foi apenas um factoide político para reelegê-la governadora em 2010. E ela, que nunca deu bola para a paralização do projeto, que já vem de tempos atrás, agora, desperta do seu torpor, com a chiadeira generalizada por parte daqueles que acreditaram e investiram no projeto e que só acumularam prejuízos e diz que vai buscar investidores no exterior. Pura conversa fiada!
Essa refinaria nunca foi um projeto para valer. Serviu apenas para a sua eleição e dos senadores. E isso foi denunciado à época, mas a mídia de enganação da oligarquia repetia sem parar que ali estava surgindo um outro Maranhão, uma locomotiva de progresso carregada com 400 mil empregos. Um sonho, uma quimera…
E haja cursos de treinamento para a mão de obra que seria empregada no empreendimento, um passaporte para uma vida melhor. Pena que era só uma enganação eleitoral.
Sergio Gabrielle, o ex-presidente da Petrobras, um mês antes de vir aqui junto com a comitiva do presidente Lula, composta por ele e mais a então ministra Dilma Rousseff, o ministro Lobão, o senador Sarney, a governadora Roseana e de toda a oligarquia para anunciar a refinaria, respondeu em depoimento na Câmara dos Deputados ao ser inquirido pelo deputado Carlos Brandão sobre a refinaria no Maranhão: com franqueza, informou que o negócio da Petrobras não era refinaria. Era prospectar e extrair petróleo que exigia muitos recursos. E que um projeto de refinaria levava mais de cinco anos para ser feito, inclusive com estudos de viabilidade econômica e financeira. E que não existia esse tipo de projeto em prateleira para o Maranhão, e que fugia das prioridades da empresa. Que no mundo havia capacidade de refino disponível e repetia não era a finalidade da empresa.
Mas o projeto era político e o presidente da Petrobras poucos dias depois fazia parte daquela encenação destinada a eleger Roseana Sarney. Com isso, ela teve 43% dos votos de São Luís, o que lhe ajudou na apertadíssima vitória que teve. Esses votos lhe foram dados pelos que acreditaram no emprego.
Na eleição, o projeto cumpriu a sua finalidade e, portanto, não se viu em nenhum momento qualquer membro da família Sarney reclamar do governo federal por esquecer a refinaria. Como reclamar, se todos sabiam que aquele não era um projeto para valer?
A Petrobras na verdade não tem a menor possibilidade de realizar tal projeto. Ela busca recursos desesperadamente para recuperar sua produção de petróleo, em queda por falta de investimentos para recuperação de seus poços e para a exploração de novos.
Só neste ano a companhia já perdeu R$ 53 bilhões em valor de mercado, o que é mais do que a perda de todo o ano passado, que foi de R$ 36 bilhões. E está reestudando todos os seus projetos.
Não bastasse isso, o líder do governo na Assembleia disse desanimado que esse projeto era um esqueleto desidratado. Ele exagerou, pois em Bacabeira não há esqueleto nenhum, pois nada foi construído, apenas uma terraplanagem interminável está por concluir, e quase parando. Só isto já consumiu três anos.
Agora o que se vê é uma tentativa de colocar a culpa no ministro Lobão, mas é fácil aduzir que as responsabilidades são na verdade da oligarquia e de seus chefes.
Esse negócio de chamar os chineses já deu em grande confusão por aqui. Em 1998, Roseana era governadora, como sempre, e teve mais uma das suas ideias mirabolantes. Resolveu fazer em Bacabeira uma fantástica fabrica de confecções que iria gerar uma quantidade enorme de empregos, mudar a região e para isso acreditou nas mágicas de um chinês muito esperto. A fábrica era localizada quase em frente ao terreno hoje destinado à refinaria. Os futuros empregados assinaram papéis, sem saber o que estavam assinando, e que na verdade eram empréstimos para comprar os equipamentos. O resultado foi lastimável, pois a fábrica só funcionou no dia da inauguração e nunca mais. Ficaram anos com o crédito sujo, vivendo com dificuldades, sem poder ter contas em bancos e o pior: sem emprego nenhum.
Como a inauguração precisava ser badalada, ela conseguiu trazer o então presidente Fernando Henrique Cardoso para fazer parte da pantomina.
Agora, segundo ela, outro chinês virá salvar a refinaria.
Estamos bem entregues.

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