quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Fechamento de escola estadual causa revolta em mães de alunos

NÚBIA LIMA
Especial para o JP
Funcionando no Bairro da Alemanha, em São Luís, há duas décadas, a Unidade Estadual de Ensino Montezuma vai fechar. A decisão foi anunciada durante uma reunião entre a Secretária de Estado de Educação (Seduc) e a diretora da escola, Janilde Silva de Aquino, na última quarta-feira (4). Revoltadas com a decisão, mães dos alunos matriculados decidiram se reunir hoje (11), a partir da 8h, em frente à unidade de ensino, para protestar contra a decisão da Seduc.
O motivo do fechamento, segundo a Seduc, é a grande demanda de escolas da rede pública no entorno do Bairro da Alemanha. A U.E. Montezuma abriga turmas da 1ª à 4ª série.
Foto: G. Ferreira
A U.E. Montezuma abrigava 175 alunos da 1ª à 4ª série
Vânia Cristina e Maria Gomes são contra o fechamento da escola
Os 175 alunos matriculados na Montezuma serão transferidos para a U.E. Sagarana 1, no Caratatiua, e U.I. Estado de Alagoas, na Alemanha. Docentes e funcionários também serão relocados para outras unidades.
O prédio da Montezuma, segundo a Seduc, será utilizado para atender o setor de Educação Especial da secretaria.
Segundo a diretora da Motezuma, Janilde Aquino, a decisão da Seduc está inserida num “reordenamento na rede”, comumente realizado em outras unidades de ensino do Maranhão, visando reunir alunos de duas ou três escolas em uma só.
“Nós fomos comunicados durante a reunião de quarta-feira. Foi uma surpresa porque grande parte dos alunos já havia realizado a matrícula, aberta desde o dia 23 de dezembro. No dia seguinte, conversei com os funcionários e na sexta-feira iniciei o trabalho de comunicação aos pais”, explicou Janilde.
Após o comunicado oficial aos pais, os alunos receberam encaminhamento para garantir uma vaga em outras unidades escolares. Muitas famílias de alunos ainda não têm conhecimento da mudança.
A autônoma Vânia Cristina Costa Silva recebeu a notícia dos pais de uma colega de turma de sua filha de 7 anos. Ela ficou revoltada. “Acho tudo isso muito injusto! A escola é muito boa, tem comprometimento com o aprendizado do aluno. Minha filha estudou apenas um ano aqui e já sabe ler.”, declarou a mãe, inconformada com a possibilidade de ver a filha estudar na Sagarana, que, segundo ela, tem fama de ser desorganizada.
“Estou muito preocupada. Já ouvi várias histórias de alunos brigando na frente do Sagarana. Minha filha é uma criança e vai estudar num local em que a faixa etária da maioria dos alunos é de adolescentes. Na Montezuma, eu ficava despreocupada, porque eles dão acompanhamento, aconselhamento aos pais e alunos. Sem falar que é mais perto da minha casa”, desabafou Vânia.
Maria Ribamar Gomes, professora aposentada, buscava novas alternativas para garantir que a neta de 9 anos estude numa escola que ofereça a mesma qualidade de ensino da Montezuma. “Ver uma escola boa se transformar em um órgão público é um absurdo, isso não tem cabimento”, lamentou Maria.

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