Jackson: “o povo maranhense reivindica o respeito ao seu pronunciamento soberano”
Atendendo convite da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira (ACIE), sediada no Rio de Janeiro, o governador Jackson Lago concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira durante a qual teve oportunidade de esclarecer vários aspectos do processo de cassação que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e suas implicações para o futuro do Estado e para as políticas local e nacional. O governador estava acompanhado do deputado Marcelo Tavares, presidente da Assembléia Legislativa, que explicou a posição do legislativo em relação ao processo.
Jackson foi apresentado aos jornalistas pela presidente da ACIE, Alicia Pardies, correspondente italiana, que agradeceu o fato do governador ter atendido o convite e se deslocado ao Rio de Janeiro para responder perguntas da mídia estrangeira. Lembrou aspectos da biografia do governador e relacionou aspectos da atual situação para os quais solicitou esclarecimentos, em particular as acusações específicas sobre as quais está alicerçado o processo jurídico que resultou na sua cassação.
Jackson lembrou, ainda, que em 2002 ele foi candidato ao governo do Estado e obteve 42% dos votos e que o candidato de Sarney teve 48%, caracterizando a realização de um segundo turno. Com os votos do PT e dos outros candidatos da esquerda, no segundo turno ele superaria 50% dos votos, resultando vencedor. “Mas Sarney conseguiu anular na Justiça 5% dos votos. Com isso não houve segundo turno. Tiraram a vitória das nossas mãos. Mas fomos pacientes. Aguardamos outros quatro anos. E em 2006 obtivemos a vitória. É essa vitória que agora nos querem tirar, mais uma vez. Até onde pode ir a paciência de uma população que sistematicamente vê que o seu voto é desrespeitado”?
Marcelo Tavares reforçou a intervenção do governador e afirmou: “O processo que está levando à cassação de Jackson Lago não tem nada que justifique tal medida”. Acrescentou que “os eventos nos quais o governador participou foram muito antes do início da campanha eleitoral, pelo menos sete meses antes da eleição, e nada foi feito para comprar votos de ninguém”. O presidente do poder legislativo maranhense também afirmou que pelas vias eleitorais as forças derrotadas em 2006 não voltariam ao governo do Estado. E numa crítica à decisão da Justiça Eleitoral, Tavares afirmou que “está sendo tirado da população maranhense o direito de escolher os seus governantes, e isso é muito ruim. Querem que o Maranhão, numa situação atípica, continue a ser uma capitania hereditária”.
FONTE: JORNAL PEQUENO
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