
Pacovan ao lado de Leonardo Sá, foto recente que demonstra forte ligação entre os dois.
De feirante a milionário, Josival ganhou fortuna em esquemas com prefeituras e deputados, veja como o Pacocan agia segundo informações da Polícia Civil quando o agiota foi preso novamente em 2017, durante a operação Jenga.
O policial explicou como funcionava todo o esquema operado por Pacovan para lavagem de dinheiro. “Trata-se de uma operação deflagrada pela Polícia Civil, ‘batizada’ ‘Jenga’ (em referência ao joguinho de mesmo nome no qual peças de madeira formam uma torre e o jogador deve retirar peças da estrutura sem derrubar a torre), com o objetivo; de desarticular uma Organização Criminosa que tinha como foco principal a lavagem de dinheiro.
Essa Ocrim, chefiada pelo empresário e agiota Josival Cavalcante da Silva, tem envolvimento da esposa dele e de outros familiares que aparecem como proprietários de empresas utilizadas na lavagem de dinheiro.
Pacovan montou uma rede de postos de combustíveis, em que ele aparece em algumas empresas como sócio-proprietário, juntamente com a esposa, familiares e outros ‘laranjas’ (a grande maioria), os quais eram utilizados para não vincular a movimentação financeira dessas empresas com a pessoa dele.
Como atua essa rede? Essa rede busca disfarçar a origem ilícita do dinheiro movimentado nas contas bancárias dessas empresas, dinheiro esse oriundo da prática da agiotagem e também do desvio de verbas públicas. O objetivo era evitar que os órgãos de fiscalização, tanto financeiros como policiais, pudessem detectar essa movimentação financeira ilícita.
Um gestor público firma um contrato de compra e venda de combustível com um desses postos, coloca no contrato o seu custo anual na faixa, por exemplo, na faixa de 3 milhões de reais; em cima desse contrato, que, na verdade é fraudulento, pois na prática não existe o fornecimento do combustível, o gestor passa a realizar transferências de um determinado município, de um determinado órgão para as contas bancárias dos proprietários desses postos de combustíveis. O Pacovan recebe esse valor, que aparece oriundo da venda de combustíveis – em tese, seria uma operação lícita, legal -, mas na verdade ele vai estar aí, numa parte, recebendo os valores do empréstimo, da agiotagem. E aí existe a possibilidade de algum valor ser devolvido também para o gestor, que, com isso, burla os mecanismos de fiscalização para estar tirando dinheiro da prefeitura.
Tudo isso está sendo investigado, mas a simples situação de Pacovan já ter diversas empresas registradas, algumas em seu nome e a maioria em nome de outras pessoas, como da esposa e familiares, já denota a intenção de estar maquiando e cometendo diversos crimes; crimes financeiros, contra a ordem financeira e também crimes contra a ordem tributária, com evasão fiscal, recolhendo a menor do que deveria, e uma série de outros crimes que acabam sendo ligados à prática da agiotagem. Já o gestor, a partir do momento que faz o desvio da verba pública, ele incorre em crime de corrupção ativa, corrupção passiva…
Essas movimentações financeiras atípicas de Pacovan e das empresas de fachada despertaram a atenção dos órgãos de fiscalização, notadamente do Coaf, que provocaram os órgãos policiais no sentido de que fosse investigada a origem desse dinheiro.
Além de postos de combustíveis, foi detectado que há empresas registradas para atuação na área da construção civil e outras que só existem de fachada mesmo, sem a compatibilidade de sua atividade com o quantitativo da sua movimentação financeira que era praticada nas respectivas contas bancárias.
Não obstante a maioria das empresas estarem em nome de ‘laranjas’, todas as provas apontam no sentido de que Pacovan era o administrador e grande operador desse esquema que movimentou cerca de 100 milhões de re.ais
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