segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

CINISMO: Vale não tem responsabilidade por rompimento e diretoria não renunciará, diz advogado

"Não houve negligência, imprudência, imperícia", afirma Sérgio Bermudes
Um dos advogados da mineradora Vale afirmou que a empresa “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” no rompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho, em Minas Gerais. E por isso a diretoria da empresa não se afastará de seu comando “em hipótese alguma”.
Até a manhã desta segunda-feira, 28, o Corpo de Bombeiros confirmou 60 mortos na tragédia-crime que ocorreu na sexta-feira, 25. Ainda de acordo com informações oficiais, são 292 pessoas desaparecidas.
“A Vale não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade. Não houve negligência, imprudência, imperícia”, afirma o defensor. “Por que uma barragem se rompe? São vários os fatores, e eles agora vão ser objeto de considerações de ordem técnica”, disse Sergio Bermudes. Ele reagiu à sugestão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que defendeu no domingo, 27, o “afastamento cautelar” e “urgente” de toda a diretoria da empresa.
Bermudes afirma ainda que o que está caracterizado, até agora, é “um caso fortuito cujas causas ainda não foram identificadas”.
Ele segue: “Só uma assembleia geral [dos acionistas da empresa] poderia afastar seus diretores. E eles não vão renunciar. A renúncia não ajudaria a companhia, perturbaria a continuidade das medidas que ela, do modo mais louvável, está tomando”. Para ele, “não cabe renúncia pois não se identificou dolo e muito menos culpa” dos executivos da Vale.
O advogado critica o senador alagoano. “Falando agora em nome próprio, e não da empresa: eu lamento muito as declarações do senador Renan Calheiros. Vejo como uma tentativa pecaminosa de capitalizar, com declarações levianas, em cima da tragédia”, diz.
Ele afirma também que a declaração da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de que “certamente há um culpado” pelo acidente e que os executivos da empresa podem ser responsabilizados é precipitada.
“Não é só a procuradora que quer apurar o que ocorreu. Todos nós queremos. Mas não há necessariamente um culpado, não há necessariamente culpa. Ou não haveria casos fortuitos ou ocasionados por motivos de força maior.” (Com informações da FolhaPress)

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