quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Suspeita contra Saney deve chegar ao Supremo

Procuradoria pede que Corte avalie prática de delito de senador, que resgatou R$ 2 milhões um dia antes da intervenção no banco. Sarney e o banqueiro Edemar Cid Ferreira são amigos há décadasJose-Sarney-senado-20120717-size-598
O Ministério Público Federal de São Paulo entregou à Procuradoria-Geral da República um parecer em que aponta “elementos concretos de possível prática de delito” envolvendo o senador José Sarney (PMDB-AP) no caso do Banco Santos. O escândalo envolvendo o banqueiro Edemar Cid Ferreira aconteceu em novembro de 2004, quando a instituição sofreu uma intervenção do Banco Central. Sarney, por sua “relação estreita” com o banqueiro, teria se beneficiado da notícia de que o banco passaria por um processo, resgatando 2,159 milhões de reais (em valores da época) antes de o BC intervir.
Em manifestação de 48 páginas, o MPF deixa a critério da Procuradoria-Geral da República eventual enquadramento penal de Sarney. O documento destaca que a data do saque ocorreu “apenas um dia antes da intervenção” e aponta a “proximidade de Sarney com Cid Ferreira, amigos íntimos há mais de três décadas”. A Procuradoria da República pede à Justiça Federal que remeta os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF). O processo deverá ser conduzido na Suprema Corte porque Sarney tem foro privilegiado e apenas o STF detém poder constitucional de processar e julgar senadores.
O MPF assinala que o banqueiro e sua mulher são padrinhos de casamento da filha de Sarney, a governadora Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão. Cita o depoimento de uma ex-executiva do Banco Santos, que afirmou ter recebido um manuscrito contendo instruções para efetivação do resgate, “documento este que se apurou ter sido escrito por Cid Ferreira, entre outros elementos constantes da apuração da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”.
A intervenção do BC alcançou o Banco Santos e a Santos Corretora de Câmbio e Valores devido “ao comprometimento da situação econômico-financeira” da instituição. O BC comunicou rombo de 2,3 bilhões de reais e perda de liquidez no banco.  

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