terça-feira, 6 de abril de 2010

Presos provisórios transformam o PCC no PMDB das cadeias


Augusto Nunes

O Brasil espera há muito tempo que o Poder Judiciário aumente a população carcerária com a incorporação dos políticos permanentemente bandidos. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral preferiu aumentar o eleitorado com a incorporação de 152 mil acusados presos provisoriamente.

O TSE diz que só cumpriu a lei ao franquear a cabine eleitoral a quem espera na cela a sentença definitiva. Os tribunais só estariam cumprindo a lei se engaiolassem os candidatos cujos prontuários imploram por vagas na penitenciária. O Brasil ficaria melhor caso os colegas apartados pelo muro eletrificado se juntassem para o banho de sol no mesmo pátio. Ficará mais inquietante com a ideia de juntar todo mundo na mesma campanha eleitoral.

Não faltará mais nada para que o PCC, favorecido pela valorização dos votos dos presos provisórios que controla, seja oficialmente contemplado com o status de partido político. Tem ramificações pelo país inteiro, topa qualquer negócio para seguir no poder, administra tiranicamente numerosos redutos eleitorais e inspira tanta confiança quanto uma declaração de renda de Fernando Sarney. O PCC é o PMDB na cadeia.

O chefão Marcos Camacho é um estrategista ousado. Não precisaria de muito tempo para sentir-se à vontade no colégio de líderes da base alugada. Infiltrada no mural da cafajestagem da Era Lula, a cena de Marcola trocando sussurros com os parceiros talvez nem pareça obscena. Entre os mais velhos da turma e o caçula sem freios, um olhar imparcial não enxergaria diferenças essenciais.

O bandido preso é só um pouco mais irascível, menos comprensivo, mais impaciente, menos jeitoso. Só.

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