Deputados reagem à tentativa de aprovar a emenda salva Lula. Relator da reforma política, o
deputado Vicente Cândido (PT-SP) quer impedir que candidatos sejam presos ate
oito meses antes das eleições. A regra atual, prevista no artigo 236 do código
do processo eleitoral, impede a detenção apenas nos 15 dias anteriores ao
pleito.
Parabéns à reação das excelências à absurda proposta
indecorosa do petista paulista. Qualquer ébrio sabe que o objetivo é garantir a
candidatura do ex-presidente Lula, condenado a nove anos e seis meses de prisão
pela Justiça.
A regra atual, prevista no artigo 236 do código do processo
eleitoral, impede a detenção apenas nos 15 dias anteriores ao pleito. Imaginem
agora, com a dilatação do prazo, a sociedade ter de conviver com delinquentes
soltos cometendo irregularidades?
Respeitadas as exceções, o país é vítima do sistema
político, que favorece a eleição e reeleição da pilantragem política. Os
biltres eleitos não se preocupam com a moralidade do país, não têm escrúpulo,
decência, patriotismo e sempre trabalham na contramão da ética, do decoro e da
moralidade pública.
A desbragada proposta de dar sobrevida a salafrários
políticos, que emporcalham a imagem do Parlamento, da política e da nação, só
pode partir de elementos sociopatas, que não têm consciência e noção de responsabilidade
morais, autênticos mentecaptos, insanos e solertes, que usam a esperteza
criminosa de agir para salvar a barra de sua corja politica.
O deputado Vicente Cândido deveria se olhar no espelho para
ver quão torpe é a sua imagem política diante da sociedade, que paga os seus
salários. A sua proposta em nada contribui para a moralização da República. O
país não tem que dar chances a degradadores da República.
A coisa aqui está preta. Poucas são as esperanças de um
Brasil politicamente decente. Deus já deu as costas ao país por tanta safadeza
política. Dizer que tudo isso é decorrente de nosso recente período
democrático, ou que faz parte da democracia, ou que temos que aprender a
escolher melhor os nossos políticos são premissas vazias. As sucessivas
eleições, sem a devida reforma política, têm demonstrado que o país continua a
caminhar na contramão.
Os nossos políticos estão debochando da sociedade. Semana
passada, a “bancada da chupeta”, no
Senado, liderada pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-SC), deu o tom de
desrespeito democrático com o estamento nacional ao impedir assento dos
titulares da Mesa Diretora, deixando atônito o seu presidente, Eunício
Oliveira, em contrariedade à reforma trabalhista.
Assim, o quadro político nacional é de apreensão. Temos hoje
um ex-presidente da República, condenado pela Justiça, desafiando, ele e seus asseclas políticos, a
República, como se o ex-presidente estivesse acima da lei ou vivesse em um
estado de anomia. Conclusão: estão dando motivo à volta dos militares ao poder,
para pôr o país em ordem, e isso não está muito longe de ocorrer.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC
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